Alguns dias após o anúncio que Virginie Hass, COO da Ubisoft, se demitiu da empresa, surge um relatório extenso da Axis sobre a situação interna da gigante empresa francesa dos videogames.
Segundo relatos da redação do portal, que afirma ter recebido informações sobre o assunto por parte de funcionários da empresa, nos últimos tempos, muitos talentos decidiram abandonar a Ubisoft, isso incluindo as mentes principais e que deram vida as franquias-chave da Ubisoft, como Assassin's Creed, Rayman, Far Cry, Rainbow Six, Prince of Persia, Splinter Cell e Ghost Recon.
A empresa já havia dito anteriormente correr riscos de "falência criativa" devido a todo teor caótico que vem acontecendo na Ubisoft desde 2019, e agora esses problemas se tornam algo de proporções alarmantes, uma vez que de acordo com o relatório, os funcionários que vem saindo sem parar da Ubisoft teriam batizado com expressões como "a Ubisoft de agora é só uma artéria rompida" e "essa empresa está sofrendo de um grande êxodo".
Em particular, o fenômeno envolveria talentos no topo do setor criativo da empresa, com alguns dos jogos da Ubisoft atualmente em preparação, a tal ponto que o restante da equipe seria forçado a contatar ex-colegas para resolver alguns problemas. A exemplo de como está sendo "êxodo", a Axios menciona que todos os principais talentos (diretores e escritores) dos recentes Assassin's Creed Valhalla (2020) e Far Cry 6 (2021) se demitiram totalmente da Ubisoft.
Outros 13 profissionais de altíssimo nível da Massive Entertainment (estúdio anteriormente da Activision e adquirido pela Ubisoft em 2008) estariam se preparando para deixar a empresa francesa, após estarem perto de concluir suas contribuições para o desenvolvimento de Avatar: Frontiers of Pandora (que está com data para chegar em 2022).
Ao mesmo tempo, uma fuga profissional também envolveria as equipes do Ubisoft Canadian (o sexteto de estúdios principais da Ubisoft, compondo a Ubisoft Montreal, Ubisoft Quebec, Ubisoft Toronto, Ubisoft Saguenay, Ubisoft Winnipeg e Ubisoft Sherbrooke), que perderam cerca de 60 talentos principais somente nos últimos 6 meses. Esta circunstância, continua o Axis, estaria retardando o desenvolvimento de todos os futuros AAAs da empresa.
Os motivos dos funcionários estarem se demitindo seriam vários. Entre estes últimos, a Axios, que afirma ter dado entrevistas com dezenas de funcionários da Ubisoft, cita baixos salários, decepção com a política criativa da empresa e, em último caso, uma falha em resolver casos de abuso interno/assédio da Ubisoft que surgiram no final de 2019, com os relatos crescendo ao longo de 2020 e se tornando algo gigante após processos judicias contra a Ubisoft em 2021. Além disso, outras empresas estão supostamente almejando os funcionários da Ubisoft com ofertas de emprego muito mais atraentes, especialmente na área de Montreal.
Questionados sobre isso pela Axios, a gerência da Ubisoft reconheceu uma taxa de perda de pessoal e talentos muito maior do que o comum, mas ainda assim julgou que estava dentro do "quase normal."