Shawn Layden fala sobre os custos irrealistas de US$ 200 milhões na produção de jogos AAA atualmente

#Games | No passado sendo mainstream, os Blockbusters AAA aos poucos entram em extinção completa
Billy Butcherem

Uma coisa que tem preocupado a indústria de jogos nos últimos 15 anos é o custo que se leva para produzir os jogos mais robustos tecnicamente, artisticamente e sonoramente, os famosos Blockbusters AAA, jogos que utilizam do maior gasto de dinheiro possível das editoras para se tornar realidade.

Se antes eles eram algo mainstream e comum de aparecer, com a cada ano sendo representado por no mínimo 5-6 AAAs, a cada ano que se passa eles vão sumindo e sendo deixados de lado por grandes nomes da indústria para se focar em modelos como o Games-as-a-Service, que são mais baratos economicamente, e claro, não coloca sua empresa/trabalho em risco de falência.

Um quadro muito interessante da Academy of Interactive Arts & Sciences (AIAS) D.I.C.E. Summit 2020 foi a revelação que fazer um grande AAA entre 2006/2009 custava cerca de US$ 30 milhões-US$ 50 milhões, e nos tempos atuais, esse valor está na média de US$ 120 milhões-US$ 160 milhões, ficando cada vez mais insustentável criar AAAs como na 6° Geração e 7° Geração.

Shawn Layden é um nome bem conhecido para os jogadores de PlayStation, tendo dirigido o SIE Worldwide Studios (hoje chamado PlayStation Studios) por muitos anos antes de deixar o comando para Hermen Hulst em 2019.

O executivo, que agora é membro do Conselho Consultivo do Streamline Media Group, concedeu uma entrevista com Bloomberg, em que surgiram vários temas para o pensamento. Layden, entre outras coisas, é muito crítico com a indústria de jogos AAA atual, e disse novamente que está preocupado com o aumento excessivo dos custos de produção dos AAAs, "que parecem ter dobrado em todas as plataformas".

Segundo ele, o desenvolvimento de um título para o PlayStation 5 e Xbox Series X|S custará em média US$ 200, ante os cerca de US$ 120/US$ 160 milhões necessários fazer AAAs no PlayStation 4 e Xbox One, número já alto por si só. Para efeitos de curiosidade, foi o custo de criar grandes AAAs cada vez mais caros que faliram importantes editoras como a THQ e Midway.

A indústria de jogos, na tentativa de se autopreservar de uma queda abrupta dos AAA, modelo de jogos que está em uma visível excitação, pode decidir se focar fortemente nas sequências das franquias de sucesso, ainda mais do que faz agora.

Isso faria com que nomes famosos com Assassin's Creed, Halo, Call of Duty, Uncharted, God of War, Fallout, The Elder Scrolls, Far Cry, Battlefield, Dragon Age, The Legend of Zelda, Super Mario, Grand Theft Auto, Resident Evil e Final Fantasy apareçam mais e mais daqui pra frente, com múltiplas sequências dessas franquias servindo como "os únicos AAAs restantes", enquanto as Novas IPs aos poucos irão desaparecer, até deixarem de existir.

"Se não pararmos o crescimento desta curva na produção de AAAs, a única coisa que podemos fazer é tentar reduzir o risco, diminuindo drasticamente o nascimento de novas franquias AAA. Isso nos colocará em uma posição em que seremos incentivados a criar um acompanhamento."

Quem ousar se focar em criar Novas IPs AAA no momento atual vai sempre pagar o preço de correr o risco de falir sua empresa, de acordo com a pequena previsão Shawn Layden, que também foi apontada por outros executivos nos últimos anos:

"Eventualmente, haverá apenas 3-4 tipos de jogos existindo, enquanto a maioria além estará morta devido a inviabilidade de custear tais produções, eliminando a variedade no mercado de jogos eletrônicos."

O executivo acredita que a Sony, sua ex-empresa, também caminha nessa direção, com o PlayStation se focando ainda mais nas suas franquias já existentes e apostando muito menos no nascimento de novas franquias.

Essa visão de Layden já foi dita e apontada por muitos outros desenvolvedores e jornalistas ao longo dos últimos anos, com muitos usando isso de reflexão do porque levou a Epic Games, uma das empresas de jogos mais bem sucedida da 7° Geração, a abandonar os AAAs em 2013 para se focar em Free-to-Play.

Em 2014, a Epic revelou que criar um Gears of War 4 seria como gastar dinheiro com o total risco de que, caso o jogo falhasse em vendas, seria a falência da Epic Games que iria pagar o preço, uma vez que na época, a empresa estimou que os custos de fazer a sequência para o Xbox One estaria na casa dos US$ 100 milhões.

O que você acha dessa visão do futuro dos AAA, que muitos dizem ser o "futuro inevitável"? Deixe sua opinião no campo de comentários abaixo.

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