Vários novos relatórios neste final de semana forneceram uma outra visão da cultura tóxica dentro da Activision Blizzard, já que a Bloomberg e o The Washington Post publicaram artigos incorporando entrevistas com antigos e atuais funcionários da divisão Blizzard.
Conforme relatado pela Bloomberg, um assistente do co-fundador e ex-CEO da Blizzard, Michael Morhaime, afirmou ter informado a ele, bem como a outros líderes seniores, sobre a má conduta desenfreada que ocorreu dentro da empresa.
Morhaime deixou a editora em 2018 após servir como CEO por 28 anos. O relatório da Bloomberg também apresenta uma mudança na cultura da empresa à medida que ganhou mais popularidade a ponto de seus desenvolvedores serem vistos como estrelas do rock.
As fontes do Post pareciam confirmar isso, com um antigo funcionário da Blizzard dizendo:
Uma fonte relembrou uma conversa com a Bloomberg em que um executivo expressou à equipe que as jovens que eram fãs ou trabalhavam na empresa as veem como superestrelas e "por que não deveriam se beneficiar sexualmente disso?"
O relatório também observa Morhaime, os executivos sênior da Blizzard, o fundador Frank Pearce e o ex-presidente J. Allen Brack, todas mulheres casadas em cargos menos importantes na empresa. Isso abriu um precedente desconfortável para algumas funcionárias, disse uma fonte à Bloomberg, pois levou a avanços sexuais indesejados no trabalho.
A dinâmica de poder na empresa também estava supostamente presente nas disparidades salariais de gênero que as funcionárias vivenciavam, disse Bloomberg.
Ex-funcionários disseram que tinham salários mais baixos do que seus colegas de trabalho que tinham experiência de trabalho semelhante. Uma fonte compartilhou uma screenshot de um gerente dizendo a ela que discussões sobre salários entre os funcionários eram proibidas.
A Lei de Igualdade Salarial da Califórnia de 2015 tornou ilegal para os empregadores proibir os trabalhadores de discutirem seus salários uns com os outros.
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— @jasonschreier Unknown date
Um porta-voz da Activision Blizzard disse ainda nesse fim de semana a Bloomberg que a empresa "se esforça para pagar todos os funcionários de forma igualitária por trabalho igual".
"Não toleraremos ninguém que tenha impedido a integridade de nossos processos de avaliação de reclamações e imposição de consequências apropriadas."
"Se os funcionários tiverem alguma preocupação sobre como os Recursos Humanos lidaram com reclamações, incluindo aquelas relacionadas a retaliação, temos outras opções de denúncia, incluindo anônimas."
Os funcionários alegam que a cultura da Activision em cima da Blizzard Entertainment é um dos principais fatores do desastre que está a empresa desde 2008, quando a Vivendi Games, na época donos da Blizzard, resolveram se fundir com a editora de Call of Duty.