Análise | El Shaddai: Ascension of the Metatron

#Games | Um clássico que recebe uma segunda chance.
Viniciusem

Esse título lançado originalmente para PlayStation 3 e Xbox 360, o qual passou despercebido por muitos jogadores na época, ganha agora uma segunda chance com um relançamento no PC.

El Shaddai: Ascension of the Metatron é um jogo com uma proposta bem diferente do que estamos acostumados a ver. Baseado no Livro de Enoque, o jogo traz algumas reviravoltas inesperadas na história.

Após os anjos se rebelarem e caírem do paraíso, eles começam a fazer os humanos os adorarem como deuses, os escondendo da visão de Deus. Para solucionar o problema, Enoch é convocado pelos arcanjos a encontrar e prender tais anjos, antes que Deus envie o dilúvio.

Inspirado no texto religioso do Livro de Enoque, a qual narra a história de Enoque, o qual recebeu imortalidade por parte de Deus e ascendeu ao céu como um escriba sagrado. No entanto, é interessante ver ela contada do ponto de vista de uma cultura tão diferente.

A história de El Shaddai consegue se apresentar de forma bem intrigante, deixando o jogador curioso quanto ao desenrolar dos mistérios que envolvem esse mundo tão inusitado. Enoch não costuma falar muito, mas seu parceiro Lucifel consegue roubar a atenção dos holofotes. Com uma personalidade carismática e um bom humor, ele traz um encanto a mais para o jogo.

A história apresentada é simples, mas possui todo um contexto por trás, construindo esse mundo através de falas, textos e até mesmo o próprio cenário. Aos poucos você vai compreendendo as leis que regem esse universo.

O grande destaque do jogo é certamente sua arte visual. Mesmo após tantos anos após seu lançamento, El Shaddai consegue se manter como um jogo visualmente agradável, contando com uma arte diferenciada.

Seus cenários e personagens também trazem muita criatividade, contando com um visual abstrato e surreal que cria paisagens realmente fascinantes. A trilha sonora ajuda a dar ainda mais vida aos ambientes.

Entonações angélicas, tribos cantando, tudo ajuda a desenvolver melhor os cenários. As músicas, além de belas, contribuem também para a narrativa do universo, sendo um incrível complemento.

El Shaddai é um jogo extremamente linear, oferecendo raros momentos onde você pode desviar do caminho principal e encontrar colecionáveis. No entanto, ele oferece uma boa variedade de cenários.

Cada um dos anjos caídos possui seu próprio reino, os quais funcionam de forma diferente e trazem visuais variados. Seja entregando um gameplay diferente, uma outra perspectiva de câmera ou uma arte diferente.

Embora seja um jogo de ação nos moldes de Devil May Cry, El Shaddai traz algumas mudanças, simplificando os comandos. Aqui só existe um único botão de ataque, e os combos funcionam na base do ritmo.

Para realizar os vários combos, você precisa cadenciar o pressionar do botão de ataque, com cada combinação resultando em um ataque diferente, alguns com focos em ataque rápido e outros em quebrar a defesa do inimigo.

O jogo ainda conta com três tipos de armas diferentes, as quais servem funções diferentes e possuem seus próprios ataques. No entanto, você só pode carregar uma arma de cada vez, sendo preciso roubar as armas das mãos dos inimigos cada vez que deseja trocar.

O combate funciona de forma bem cadenciada. Pressionar o botão de ataque sem pensar nunca te levará à vitória, e se demorar muito entre um pressionar e outro, acabará perdendo o combo. Aqui o ritmo é tudo. Você também precisa saber quando atacar, defender e esquivar para ter sucesso.

Quanto mais você usa uma arma, mais corrompida ela se torna, causando menos dano. Para resolver isso, você precisa purificá-la, mas isso deixa você exposto durante o combate, acrescentando uma outra camada de desafio.

No entanto, embora seja divertido, a pouca opção de armas e variedade de combos, o combate pode acabar caindo na repetitividade após um tempo. Uma maior quantidade de armas teria feito muito bem ao jogo.

Embora as lutas normais possam se tornar um pouco cansativas, os chefes conseguem sempre surpreender. Com visuais criativos, as batalhas com chefes sempre se mostram interessantes.

O jogo também traz diversas partes de plataforma, especialmente em 2D, para o jogador respirar entre um combate e outro. Elas são efetivas e conseguem divertir, com cada arma possibilitando um movimento diferente para a exploração, seja planar ou dar um impulso no ar.

Contudo, a câmera pode causar problemas durante as partes de plataforma 3D. Como o jogo não permite controlar a câmera, às vezes ela pode acabar ficando em algum canto que pode prejudicar a visão do jogador, dificultando medir a distância entre as plataformas.

Agora falando especificamente a respeito desse novo port para PC, ele consegue rodar muito bem, o que já era esperado por ser um jogo antigo. No entanto, a falta de opções gráficas acaba deixando a desejar. O jogo permite basicamente que você altere apenas a resolução. Além disso, não adicionar suporte para teclado e mouse pode afastar alguns jogadores.

Conclusão

No geral, El Shaddai: Ascension of the Metatron é um jogo com uma arte incrível, que envelheceu muito bem, acompanhado por uma bela trilha sonora e uma história curiosa baseada no Livro de Enoque.

O combate é simples, mas funcional, exigindo uma boa cadência para ser efetivo. No entanto, a falta de variedade pode tornar as lutas normais um pouco cansativas. A câmera também pode acabar ficando no caminho muitas das vezes.

El Shaddai pode muito bem ser considerado mais como uma arte do que um jogo em si, oferecendo uma visão diferente do que estamos acostumados a ver. Se conseguir passar pelos problemas do jogo, com certeza encontrará algo diferenciado.

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