Call of the sea foi lançado no final de 2020 para Xbox e PC, sendo também lançado direto no xbox game pass. Este foi o primeiro jogo do estúdio de desenvolvimento "Out of the Blue Games S.L" e feito por apenas 12 pessoas. O jogo trás recursos para a nova geração de consoles xbox, como ray tracing e 60fps, e por isso a experiência pode variar um pouco em relação aos xbox one. A análise é baseada na experiência jogando em um Xbox Series S e podem haver diferenças entre as versões One, Series X e PC.
Explicando um pouco sobre do que se trata esse jogo, ele tem o foco voltado para a história e utiliza como mecânica para sua jogabilidade vários puzzles diferentes e com dificuldade variada. Aqui estão alguns pontos e impressões que consigo citar sobre o jogo baseado no que joguei dele:
História
A história do jogo se passa em 1930 e conta a história de uma mulher chamada Nora em busca de Harry, seu marido, que acabou se perdendo na expedição de uma ilha misteriosa em busca de algumas respostas. A trama não se limita a apenas a busca dela por ele, mas ela também acaba se interessando em procurar por algumas respostas no decorrer do caminho e isso acaba tornando a história cada vez mais interessante, porque acaba se desprendendo totalmente daquele objetivo simples e se torna algo bem mais interessante e, de certa forma, sobrenatural.
A história é retratada do ponto de vista dela. Tudo o que se sabe sobre o relacionamento entre os dois e a jornada são explicados a partir do conhecimento pessoal da Nora. Porém, como o jogo aborda a descoberta sobre esse mistério do desaparecimento do seu marido, o jogador juntamente com a moça vão descobrindo o que aconteceu na ilha através de coisas deixadas para trás por Harry e sua equipe, como tendas, documentos, objetos etc. Além disso, o cenário consegue retratar muito bem a história/cultura da ilha e isso tem um impacto gigantesco no rumo da história, envolvendo até mesmo a personagem Nora.
A trama no geral é excelente e me prendeu até o fim, sendo que, cada vez que eu finalizava um capÃtulo, acabava ficando mais curioso sobre aquele mistério. Ela também pode ser bem viajada e esquisita, mas tudo vai ficando cada vez mais claro no final do jogo. Um único porém, é que o jogador deve gostar de ler documentos e explorar o mapa para conseguir informações da história.
No final do jogo, após toda a explicação e as reviravoltas da história, o jogador deve fazer uma escolha baseada em toda sua trajetória até aquele ponto, e isso mudará a finalização do jogo. Essa decisão final, ao menos pra mim, acabou sendo bem impactante pelo meu envolvimento com a história de Nora e Harry, dificultando a decisão mas sendo obrigado a fazer uma escolha.
Jogabilidade
Os desafios podem envolver interações com cenários ou itens, isso vai depender do que se quer utilizar ou abrir. O jogador pode, por exemplo, coletar alguns itens no cenário e utilizá-los para abrir alguma porta ou pra ativar/utilizar um objeto desconhecido. Outras vezes os itens serão apenas sÃmbolos para desvendar um mistério.
Uma parte importante que precisa ser usada é o diário de Nora, pois ela anota tudo que encontra/interage nele. As suas anotações que irão ajudar a solucionar todos os puzzles e, por esse motivo, pode ser até mesmo impossÃvel de resolver um desafio caso tenha perdido alguma anotação.
Refleti um pouco sobre essa mecânica de desafios bem complicados e assimilei com os jogadores de jogos Souls. Como por exemplo em Dark Souls, a batalha pode ser bem punitiva, porém gera grande satisfação após a vitória. Acabei sentido algo parecido com Call of the Sea, em que cada vitória sob um momento de dificuldade gerava mais satisfação.
Sons e Gráficos
Uma coisa que precisa ser mencionada juntamente com a parte visual é sonoridade. O jogo consegue ser muito preciso nos sons para trazer maior imersão, como por exemplo quando uma porta se abre é possÃvel sentir a distância e peso dela. Existem outros momentos bem legais e imersivos que o som trás, principalemente quando utilizados com fone.
Mesmo o jogo sendo Cartoon a iluminação é um ponto fortÃssimo em sua ambientação. É visÃvel a mudança quando se alterna entre lugares, sendo totalmente perceptÃvel logo no inÃcio do jogo andando para perto da praia ou para dentro da floresta. Outros momentos como na tempestade ou no fundo do rio a iluminação faz toda a diferença para a imersão.
Alguns problemas
Houveram poucos problemas que presenciei jogando no Series S, sendo algum deles a renderização mal feita de algumas partes em longa distância (pop-in), resolução mais baixa nas sombras, sttutering em partes bem especÃficas e filtro azul aleatório.
Além disso as outras duas coisas que acho que poderiam ter melhorado é o sinal de mira, pois parece um pixel estragado na sua TV, e uma introdução mais amigável ao mundo, porque o jogo já te coloca um puzzle sem explicar direito as mecânicas.
Resumindo
Call of the Sea é um jogo com uma história muito interessante, bons gráficos, sonoridade e puzzles até bem complicados. Recomendo fortemente para quem gostou de jogar jogos como Portal, Q.U.B.E, Carto e The Talos Prince a jogar Call of the Sea, porque será uma experiência até bem semelhante e bem legal. Os desafios as vezes podem parecer difÃceis, mas é bem recompensador quando é resolvido. É um ótimo jogo e certamente uma surpresa para quem testa-lo no game pass, como foi meu caso.