The Medium: Terror psicológico que remete a clássicos com uma história original e intrigante #GV Review

#Análises | Mesmo com características já clichês, game entrega um verdadeiro terror psicológico te deixando envolvido a cada minuto
Allan Kardecem

The Medium é o novo game de terror da Bloober Team, conhecida por títulos como Observer, Layers of Fear e com destaque para o apavorante Blair Witch. The Medium acaba de ser lançado e tive o prazer de o jogar, e venho hoje trazer minhas impressões sobre esse incrivel game.

The Medium foi lançado no último dia 28 de janeiro para PC via Steam e Epic Games Store, e Xbox Series X/S, disponível também via Game Pass, tem como premissa trazer novos ares aos games de terror, onde você controla Marianne, uma médium que desde pequena busca respostas, mas agora tem a chance de as achar em um local abandonado onde um terrível massacre aconteceu.

A história de The Medium é contada pela própria Marianne que está narrando o pior dia de sua vida, o dia em que perdeu seu pai adotivo! E neste mesmo dia, ela é chamada por uma ligação a um local onde poderia ter respostas de suas habilidades, e sem saber acaba adentrando em um resort abandonado onde um terrível massacre ocorreu no passado, e os sussurros das almas ainda habitam este local.

Os poderes mediúnicos de Marianne a possibilita enxergar entre os mundos, vendo o plano terreno e o plano espiritual ao mesmo tempo um sobreposto ao outro, um mundo atrás do mundo, e assim ela consegue ajudar as almas ali presentes a se libertar e fazerem sua passagem para o além. Mas por ter pouco conhecimento de suas habilidade, acabou por muito tempo achando que elas seriam um tipo de "maldição", e agora ela terá a chance aprender e as melhorar, podendo até transitar entre os mundo para resolver os problemas que ocorrerão pelo caminho, com a desvantagem que estas habilidades não são sempre utilizadas por vontade própria, a colocando em momentos desesperadores e no mínimo perturbadores.

The Medium bebe da fonte de clássicos do terror, Silent Hill, Resident Evil, Shadow Man e até porque não Constantine, a câmera fixa remete muito a games como Resident Evil e Silent Hill, a forma de se localizar os objetivos no cenário quase como um point-and-click também é bem nostálgico, mas a habilidade de transitar entre mundos de Marianne certamente lhe fará lembrar de Constantine e Shadow Man, onde um mundo é a copia do outro com diferenças visíveis, como caminhos abertos que estavam fechados no outro plano, itens que devem ser passados de um mundo para outro, e puzzles que devem ser resolvidos em ambos planos.

Um diferencial interessante em The Medium é que a realidade de se ter dois mundos é demonstrada na tela, que é dividida em duas, onde podemos ver os dois planos e as diferenças de ambientes simultaneamente, em alguns momentos há a transição total de um plano pra outro o que te faz chegar a locais que antes estavam inacessíveis.

The Medium mostra que não se precisa de refazer um gênero para se criar algo bom, a história é envolvente, mesmo que sejam poucos personagens seus diálogos e ações deixa o game interessante a cada momento. A história também é contata parte a parte, com pedaços sendo preenchidos com elementos que são encontrados no decorrer do jogo, como cartas, memórias e fatos do passado do ambiente, onde o enredo é montado em sua cabeça pouco a pouco, te fazendo querer descobrir qual a próxima peça que será revelada.

Algumas características já clichês em games de terror estão presentes aqui, correr de um monstro por um corredor que se fecha a sua frente, jump scare aqui ou ali entre outros detalhes, mas nada que apague o interesse pelo game, eles elementos são realmente bem usados e mesmo que o game não possua muita ação, você fica aflito constantemente, chegando a se esconder basicamente de "nada". Vale ressaltar que a ação do game fica basicamente preenchia com os momentos de perseguição, fazendo com que todo restante seja uma exploração stealth, enquanto você tem seus nervos cutucados por sombras e sons que irão te apavorar momento a momento.

The Medium também deixa a desejar na sua dificuldade, os problemas propostos são normalmente resolvidos no mesmo local, se há uma porta fechada, você achará a chave ali perto, se há uma passagem fechada, o outro plano pode ajudar, o game se propõe a contar uma boa história mas não a lhe fazer pensar muito em como ultrapassar os desafios no meio do caminho, podendo fazer com que alguns desafios fiquem repetitivo e fáceis até de mais.

A trilha sonora e o trabalho artístico por outro lado são o ponto auto do game, sons perturbadores em ambientes extremamente detalhados, com corpos sem rostos pendurados nas paredes, tudo que faz o game ser uma experiência aterrorizante e cativante ao mesmo tempo, te fazendo ficar intrigado por este ambiente e pela história que está sendo contada. Convém mencionar que a animação dos personagens pode ser um ponto fraco, com expressões vazia e estranhas que se nota já na primeira cena do game, mas que é suprida pelo excelente trabalho da dublagem.

The Medium não é um jogo perfeito, longe disso, mas é muito interessante e consegue entreter a cada momento, o enredo macabro e sombrio aliado ao trabalho sonoro e ao ambiente obscuro, fazem que os momentos mais "fracos" do game não atrapalhem a experiência geral. A ideia de se ter dois mundo visíveis na tela é um diferencial interessante no game, mas certamente seu ponto forte é a historia perturbadora e interessante que irá agradar aos fãs do gênero de terror.

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