Com um longo relatório confiado às páginas da Bloomberg, Jason Schreier deu voz a mais de 20 desenvolvedores e ex-funcionários da CD Projekt RED na tentativa de lançar luz sobre as causas que levaram ao complicado lançamento do Cyberpunk 2077 em 10 de dezembro passado.
O relatório traçou o perfil de uma empresa extremamente autoconfiante, que acabou esbarrando em "ambições descontroladas, problemas técnicos e prazos irrealistas". Falou também de colaboradores muito cautelosos com a data de lançamento, que consideravam demasiado cedo, perfeitamente cientes dos bugs e problemas técnicos e, sobretudo, induzidos a fazer horas extraordinárias embora não fossem obrigatórias.
Também se falou de um certo grau de marginalização nas fileiras do estúdio, com desenvolvedores poloneses falando em sua própria língua, excluindo seus colegas internacionais, bem como um desenvolvimento que começou apenas em 2016 depois de ter sido reiniciado com tudo feito desde 2012, e a demonstração da E3 2018 mostrada pela Microsoft Xbox, descrita como amplamente falsa.
Há poucas horas, veio o comentário de Adam Badowski, chefe da empresa polonesa, que respondeu a três questões diferentes levantadas pelo relatório de Schreier. Para começar, Badowski devolve as críticas dirigidas à "demo falsa", explicando que é prática comum levar a um show, dois anos antes do lançamento, uma versão demo que mostra o potencial do jogo mesmo que não seja retirado do código final:
Quanto aos inúmeros recursos anunciados e ausentes no lançamento, Badowski explica que “faz parte do processo criativo” e que “os recursos vêm e vão conforme você avalia se funcionam ou não", acrescentando ainda que estamos falando de um jogo que em sua versão para PC ainda levou numerosos 9/10 e 10/10.
Quanto ao status das versões de console, a CD Projekt RED assume todas as suas responsabilidades, e está trabalhando duro para corrigir os problemas como já relatado no vídeo de desculpas de Marcin Iwinski.
Em segundo lugar, Badowski criticou a metodologia utilizada por Schreier, afirmando que a amostra com que falou não pode ser considerada representativa da realidade da CD Projekt RED:
Por fim, ele quis esclarecer que não foi feita nenhuma marginalização aos colaboradores internacionais nas fileiras da empresa:
''No entanto, é normal falar alemão com alemães, polonês com poloneses, espanhol com espanhóis, há 44 nacionalidades diferentes no estúdio, quando não há ninguém por perto. Trabalhamos em um ambiente multicultural.''
''Sim, é difícil mudar para outro país, para outra cultura, trabalhar e viver lá. Mas é um problema universal enfrentado por empresas em todo o mundo, e fazemos o nosso melhor para facilitar a transição.''
Jason Schreier respondeu imediatamente, comentando o discurso de Badowski da seguinte maneira:
''Mas, se você gostar, gostaria de saber sua opinião sobre os assuntos que você não esclareceu aqui, terei prazer em falar com você a qualquer momento.''
Em suma, a história ainda está longe de ser concluída.
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