Entra dia e passa dia, e as dívidas da AT&T não diminuem. Depois de vender prédios e partes da CNN, além de ter terceirizado o DirectTV e ter colocado a Warner Bros. Games a venda por US$ 4 Bilhões, mais coisas vem por aí.
A bomba da vez fica por conta agora, da AT&T estar em negociações para vender o serviço de streaming de anime japonês Crunchyroll da WarnerMedia para a Sony, de acordo com três pessoas familiarizadas com a situação.
Se os dois lados pudessem chegar a um acordo (algo que estão realizando agora), isso fortaleceria a posição da Sony no nicho de mercado, já que ela possui um serviço rival de anime chamado Funimation.
Mas há um ponto crítico no negócio potencial, o preço. A AT&T está pedindo US $ 1,5 Bilhão, preço ao qual a Sony se recusou, disseram as pessoas. O preço está bem acima dos valores recentes para outros serviços de streaming de nicho, disseram analistas.
As palestras mostram a crescente popularidade do anime como um nicho de programação no mercado de streaming de vídeo em rápido crescimento.
A Netflix e a Amazon vêm construindo bibliotecas de programas de anime nos últimos anos.
A própria Sony comprou o serviço rival Funimation em 2017, então um acordo lhe daria uma presença mais forte no mercado.
A disposição da WarnerMedia em vender a Crunchyroll, que contribuiu com conteúdo para o novo serviço de streaming da empresa, HBO Max, e foi destaque em seu marketing, também mostra a disposição da AT&T em vender ativos valiosos para reduzir sua dívida de US $ 151 Bilhões.
A informação relatou no início de maio que a WarnerMedia estava pensando em vender o Crunchyroll. Mas a empresa engavetou qualquer decisão de dar ao seu novo CEO Jason Kilar, que começou em maio, tempo para avaliar o negócio e a estratégia, de acordo com outras pessoas a par da situação.
Kilar disse ao The Information na sexta-feira que era fã do Crunchyroll. O Crunchyroll também foi destaque no marketing da HBO Max. Ainda assim, as negociações sugerem que Kilar não é um fã grande o suficiente para impedir uma venda por determinado preço.
A AT&T tem procurado vender ativos não essenciais para reduzir a dívida. Entre os outros negócios no quarteirão está a unidade de jogos da Warner Bros. (WB Games) onde nesta semana começou a cortar o quadro de funcionários em cerca de 600 pessoas das 9.500 principalmente em sua divisão Warner Bros. Interactive Entertainment como um todo.
Sony e WarnerMedia se recusaram a comentar.
A Crunchyroll vem crescendo e atingiu três milhões de assinantes no final de julho, pagando US $ 8 por mês. Mas o preço da AT&T, que se traduz em US $ 500 por assinante, parece alto. Serviços de streaming de nicho semelhantes, como o Acorn da AMC, foram avaliados em quase metade desse valor pelos analistas.
Em 2017, a AT&T avaliou a Crunchyroll a um nível que se traduziu em US $ 400 por assinante, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
A Crunchyroll foi lançada em 2006. Em 2013, a empresa de investimentos The Chernin Group, do investidor de mídia Peter Chernin, comprou o controle da empresa. A Otter Media, uma joint venture com foco em conteúdo de vídeo que Chernin formou com a AT&T, mais tarde assumiu a participação.
Em 2018, a AT&T comprou a participação de Chernin na Otter Media, assumindo o controle total do serviço.
Quando a AT&T adquiriu a propriedade total da Crunchyroll na compra do Otter, avaliou a empresa em US $ 600 milhões, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, o que resultou em US $ 400 por assinante.