A firma de advocacia Boies Schiller Flexner abriu nesta terça (2) uma ação coletiva contra o Google, acusando a empresa de coletar dados mesmo quando os usuários estão no modo de navegação anônima.
De acordo com o processo, a marca dona do navegador Chrome realizou "interceptação e coleta ilegais e intencionais de comunicações confidenciais de indivÃduos sem seu consentimento, mesmo quando esses indivÃduos expressamente seguem as recomendações do Google para impedir o rastreamento ou a coleta de suas informações e comunicações pessoais."
No documento, os advogados afirmam representar milhões de usuários e pedem uma reparação de US$ 5 mil por pessoa - valor que facilmente pode atingir a casa dos bilhões -, por conta da violação de leis de privacidade na Califórnia, estado onde o Google possui sede.
Em resumo, a principal crÃtica do processo é que a companhia não comunicaria de forma clara aos usuários que, mesmo estando em modo anônimo, a empresa consegue fazer a coleta de dados que pode gerar insumos tanto para o seu sistema de anúncios quanto para os sites visitados dentro do modo anônimo, caso eles possuam a solução Google Analytics, que monitora o tráfego de sites.
O texto do processo afirma que a empresa "não pode continuar se engajando na coleta de dados secretos e não autorizados de praticamente todos os americanos com um computador ou telefone".
Jose Castaneda, porta-voz do Google, disse à BBC de Londres que Como explicamos claramente, cada vez que você abre uma nova guia anônima, os sites podem coletar informações sobre sua atividade de navegação".
Em uma página de ajuda sobre a navegação privada no Google Chrome, a empresa explica que enquanto a atividade de navegação "permanece visÃvel para os sites que você visita, seu empregador, sua escola ou o provedor de acesso à Internet", o software "não salva seu histórico de navegação, cookies e dados do site ou informações inseridas em formulários".