Universos nos Games: A temática Steampunk

Enviado por TelaBrancaDoAkuma, em

Na semana passada nós abordamos a origem do gênero Cyberpunk, bem como suas curiosidades e jogos que adotam a temática. Porém hoje nós iremos explorar um pouco mais dos conceitos e estilos de um outro gênero bastante famoso da cultura pop: Steampunk.

Então, coloque carvão em suas máquinas de leituras, e vamos mergulhas nesse universo banhado a vapor:

Origem do termo e do gênero

O Steampunk (traduzido também como Vapor Punk) é um sub-gênero da Ficção Científica passado em uma realidade alternativa, cuja proposta estética remete ao Século XIX, como se a Era Vitoriana tivesse sido de tal forma bem sucedida que seus costumes, tecnologia e cultura tivessem perdurado por muito mais do que de fato perduraram.

Nesta realidade retro futurista, conquistas magníficas foram alcançadas pela tecnologia graças a constantes Físicas que favorecem a eficiência da mecânica e o poder da eletricidade em dar origem a máquinas capazes do impensável.

O fascínio pelo progresso tecnológico e por tudo que o Homem alcançou, contudo, convive com uma ignorada mas constante degradação ambiental, profundas diferenças sociais e com a iminência da desgraça que vai se tornando cada vez mais difícil de ser evitada.

A origem do termo Steampunk é recente, tendo surgido em meados da década de 80, quando Kevin Wayne Jeter tentava rotular seus trabalhos e os de seus colegas escritores Tim Powers e James Blaylock, que escreveram uma série de romances entre 1979 e 1986 cuja característica mais marcante eram as histórias de Ficção Científica passada na época Vitoriana, com tecnologia "retrô" e claras influências em clássicos da literatura de Ficção Científica.

Constantes inspirações no gênero Steampunk, os romances de Ficção Científica do século XIX, como "20.000 Léguas Submarinas" e "Da Terra à Lua", de Julio Verne; "A Máquina do Tempo" e "Guerra dos Mundos", de H. G. Wells; "Frankenstein", de Mary Shelley; e "A Connecticut Yankee in King Arthur's Court", de Mark Twain, não escapam, hoje, de ser associados ao novo gênero.

Embora não seja uma regra, a maioria das histórias nas quais esse tipo de ficção científica é explorado se passa na era vitoriana, período britânico do governo da Rainha Vitória (1837-1901), quando o vapor era o principal meio de produção. Graças a ele, houve avanços tecnológicos e criações incríveis para a época, como robôs a vapor, diligências turbinadas, além de cientistas "loucos" e por aí vai. Mas já vi também Steampunk em filmes de Velho Oeste, em épocas medievais e em histórias de terror e recontos de fadas.

É bem sabido que Julio Verne foi um dos precursores desse tipo de ficção especulativa, mas o termo Steampunk só se estabeleceu como uma subcategoria da ficção científica no final dos anos 1980. Não é um produto e não começou apenas pelo autor francês. O que aconteceu foi que vários autores começaram a escrever ficção científica num universo futurista, embora a época fosse a que eles viviam (no século XIX); e aos poucos o gênero foi se consagrando.

Steampunk e suas vestimentas

Uma coisa bastante característica do gênero são as roupas usadas pelos seus personagens. Os homens usam suas cartolas, monóculos e suspensórios enquanto as mulheres apertam seus espartilhos, fixam camafeus e calçam suas luvas. Os paletós e os vestidos armados são peças importantes neste estilo que imita o século 19.

O estilo Steampunk usa bastante couro, metal, engrenagens, madeira e vidros em formas curvas para a época. Isso cria uma larga possibilidade para criar acessórios de vários tipos - relógios, brincos, colares e até mesmo repaginar os modernos iPhones e pendrives.

Steampunk nos Games

A temática Steampunk é de certa forma bastante explorada nos games, com títulos de vários estilos e épocas diferentes. O principal destaque desses jogos são certamente seu visual, característica muito forte no gênero, onde podemos observar na tela toda a arte que remete a esse tema, como se fosse um outro personagem dentro do jogo. Vejamos alguns exemplos:

Machinarium

Título obrigatórios para amantes de puzzles, Machinarium é um jogo de aventura no estilo point and click, com gráficos soberbos e tratamento artístico diferenciado. Aclamado pela crítica e bem recebido pelo público, o jogo surpreende por ter sido feito por uma produtora independente, a Amanita Design.

Na trama, você é um robô que foi jogado no lixo e quer voltar para a cidade grande, com o objetivo de salvar a namorada. No percurso, você vai encontrar outros robôs de diferentes tipos e formas. Todos os comandos são acionados pelo mouse, e é assim que você vai interagir com o cenário. Podemos notar características de Steampunk em seus cenários, e de certa forma na melancolia que permeia o jogo.

The Order 1886

A história fala de um grupo de cavaleiros conhecidos como A Ordem (The Order, no original) - uma força de indivíduos dedicados, fundada há séculos pelo Rei Artur para confrontar criaturas hostis. A ação decorre em 1886 numa realidade alternativa, em que Sir Galahad é um dos mais respeitados cavaleiros da Ordem. Sir Galahad e três dos seus mais leais parceiros, irão precisar de toda a ajuda para lutar contra os rebeldes e outras ameaças que espreitam Londres neo-vitoriana. Seus visuais e cenários remetem imediatamente ao Steampunk, com suas vestimentas e bugigangas tão marcantes no gênero.

BioShock Infinite

Apesar de não poder ser classificado diretamente como Steampunk, é inegável que o jogo pega diversos elementos emprestados do gênero para compor seu estonteante visual.

Infinite é o terceiro game da série BioShock, e embora não seja imediatamente parte da história dos jogos anteriores ele apresenta conceitos de jogabilidade semelhantes e também um tema parecido com os games anteriores. O Conceito e definição do jogo foram desenvolvidos pelo diretor criativo da Irrational, Ken Levine, que inspirou-se em acontecimentos históricos na virada do século XX, como o movimento Occupy.

Situado em 1912, durante o crescimento do excepcionalismo americano, o jogo tem como protagonista o agente Booker DeWitt, enviado para a cidade flutuante de Columbia com a missão de encontrar uma jovem mulher, Elizabeth, que foi mantida em cativeiro na maior parte de sua vida.

Alice Madness Returns

Como no exemplo anterior, Alice Madness Returns bebe muito da fonte do gênero Steampunk. Alice: Madness Returns, é uma versão macabra e perturbadora do mundo adulto de Alice Lidell, que após ser culpada de colocar fogo na sua própria casa, matando seus pais e irmã nas chamas, ela passa a viver em um asilo para os clinicamente insanos.

O jogo nos coloca no controle de uma Alice anos mais velha, perambulando pelos corredores do asilo e as ruas de Londres no período vitoriano. Com o auxílio profissional do psiquiatra Dr. Angus Bumby, ela recebe sessões de hipnotismo que ajudam a esquecer a traumática noite do incêndio.

Dishonored

Dishonored se passa na cidade industrial de Dunwall, capital da ilha de Gristol, onde tecnologia e forças de outro mundo coexistem. A cidade é inspirada em Londres e Edimburgo entre o final do século XIX e início do século XX. Dunwall é um centro pesqueiro e baleeiro. O óleo de baleia é um recurso valioso utilizado como principal fonte de energia.

O enredo foca-se em Corvo Attano, guarda-costas da imperatriz Jessamine Kaldwin, que se vê obrigado a tornar-se um assassino depois de ser erroneamente acusado da morte da monarca, partindo à procura de vingança contra aqueles que conspiraram contra ele. Corvo é auxiliado em sua jornada por um grupo de resistência e pelo Estranho, um ser misterioso e poderoso que lhe concede habilidades mágicas.

Final Fantasy VI

Considerado por muitos como o melhor da série, Final Fantasy VI é o sexto jogo na série Final Fantasy, lançado primeiramente para o Super Nintendo Entertainment System em 1994. A história do jogo foca em um conflito entre o Império Gestahliano em sua conquista do mundo e os Returners, uma facção que se rebela contra os ditadores. O Império adquiriu seu vasto exército através de experimentos com espers, que são semideuses lendários com poderes mágicos. Os Revanchistas procuram por poder mágico para lutar de igual contra o Império, e uma antiga soldada imperial amnésica, Terra Branford, mostra ser um elemento chave para ambos os lados para a compreensão da Magia e dos Éspers.

O jogo acontece em um mundo de fantasia no estilo steampunk, com um nível tecnológico aproximado ao da Terra durante a Segunda Revolução Industrial.

They Are Billions

Desenvolvido pela Numantian Games, They Are Billions é um jogo de estratégia no estilo steampunk ambientado em um mundo pós-apocalíptico. Um apocalipse zumbi destruiu quase toda a humanidade, e agora restaram apenas alguns milhares de humanos vivos que precisarão lutar para sobreviver sob a ameaça da infecção. Bilhões de infectados vagam pelo mundo em enormes multidões em busca das últimas colônias de humanos vivos. Diferente de títulos como Age of Empires, o objetivo aqui não é conquistar outras cidades, mas proteger sua colônia de um ataque massivo de zumbis vorazes. Portanto, esqueça construir exércitos para batalhar contra grupos de inimigos, o objetivo aqui é construir fortificações que irão impedir a penetração das hordas em sua base.

Apesar de utilizar zumbis em sua premissa principal, o jogo supera todos os clichês possíveis, entregando mecânicas competentes e inovando num gênero esquecido nos consoles.

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Chegamos ao final de mais uma parte da série Universos dos Games. Gostou? Tem alguma sugestão ou crítica? Então lubrifique suas engrenagens e não deixe de opinar logo abaixo na sessão de comentários, e até a próxima.

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