Ofuscado por referências

Enviado por igoiaba, em

A industria dos jogos cresce em bom ritmo com o passar dos anos. Tanto o mercado externo quanto o nacional tem perspectivas de crescimento animadoras.

E esse crescimento é saudável? Essa pergunta parece sem resposta. Podemos dizer que está crescendo bem, obrigado; ou que tudo está inchado sem aquele brilho que tantos tem saudade. Esse assunto é extenso e mal pode ser arranhado neste artigo. Ele apenas nos introduz a outro ponto, o ofuscamento.

Com uma grande quantidade de jogos no mercado, alguns acabam se destacando. Logo há uma tendência de que se coloque certos jogos em patamares mais elevados, como balizadores de qualidade. Estes jogos recebem prêmios, reconhecimento, investimento, deixam uma boa imagem e por final viram referência no mercado.

The Outer Worlds, novo jogo da Obsidian

Num exemplo recente, podemos citar The Outer Worlds, desenvolvido pela Obsidian Entertainment. Ele não seria a referência, mas sofre com o referenciamento. O jogo é um RPG de ficção científica que adota a perspectiva em 1ª pessoa para contar a história (já ouvimos essa controvérsia antes). Algumas perguntas surgem antes e após o seu lançamento e elas tomam por base os ditos jogos de referência.

"Mas por que não é em 3ª pessoa como The Witcher? Não pode ser menos colorido, como Skyrim? Bem que podiam melhorar as animações como em Mass Effect."

The Witcher 3: Wild Hunt, aclamado pela crítica e público

As perguntas são muitas e a resposta pode ser a mesma para todas elas: Este é o estilo The Outer Worlds de se jogar. Por vezes, as comparações podem nos privar conhecer a proposta do jogo, a proposta da produtora. Seria The Outer Worlds fadado a um "fracasso" por não apresentar elementos de RPG das suas referências diretas?

Muito burburinho foi causado quando a CD Projekt anunciou que Cyberpunk 2077 seria narrado em 1ª pessoa. Até hoje o estúdio defende a escolha adotada e encontra certa dificuldade em fugir de sua maior referência, The Witcher.

Cyberpunk 2077 e sua "polêmica" perspectiva

Voltando a falar do trabalho da Obsidian, outra pergunta surge. Por que a direção de arte de The Outer Worlds deve ser a mesma daquele outro jogo? Por que a proposta da Obsidian não pode se diferenciar ou se afastar de referências?

Hoje temos uma infinidade de propostas de jogos. Podemos juntar peças por cores, afim de limpar a tela do celular e ganhar pontos (Candy Crush), podemos nos esgueirar em cantos de paredes, "smokar" e sair na bala em mapas apertados (CSGO), podemos dirigir um carro que nunca teremos pelas estradas da Escócia (Forza Horizon 4).

The Outer Worlds foi lançado em meio a tantas propostas distintas, procurando ser mais um produto na diversidade que procuramos jogar. Apesar de estar sendo bem avaliado no Metacritic , o jogo pode não ser aquele sucesso que imaginamos, ou que vamos falar dele por alguns anos, mas podemos jogá-lo mesmo assim.

Veja Também:
Hogwarts Legacy foi o jogo mais vendido no Canadá em 2023
Franquia Metal Gear vendeu 1.6 milhão de cópias no ano passado
Neil Druckmann pode ter confirmado o desenvolvimento de The Last of Us Part III
Celebridades japonesas foram recomendadas a não mencionar Palworld
Silent Hill 2 Remake | Gameplay divulgado no State of Play supostamente faz parte de uma build antiga do jogo
Documentário sobre o desenvolvimento de The Last of Us Part II já está disponível no YouTube