A tragedia que aconteceu no inicio deste ano no Colégio Marjory Stoneman Douglas em Parkland, Flórida, deixou muitas pessoas à procura de respostas. Como costuma acontecer em incidentes como essas, alguns apontam videogames violentos como uma possível causa - logo após o tiroteio em Parkland, o presidente dos EUA, Donald Trump, realizou uma reunião com líderes do setor representando a Take-Two Interactive, Bethesda, ESA, ESRB e outros órgãos para discutir videogames violentos e seu possível impacto nas crianças. Ele também estabeleceu a Comissão Federal de Segurança Escolar para fornecer "recomendações significativas e acionáveis para manter os alunos seguros na escola". Bem, a comissão revelou o seu relatório, e em grande parte dele deixa claro que videogames (ou outros tipos mídia violentas) não são culpadas.
O capitulo "Violent Entertainment and Rating Systems" (Entretenimento Violento e Sistemas de Classificação em tradução literal) cita as pesquisas do Dr. Rowell Huesmann, que diz que a mídia pode criar "roteiros de comportamento violento" que podem levar à agressão, mas também citam o Dr. Christopher Ferguson, que afirma que estudos sobre mídia violenta obtiveram dados inconclusivos e aqueles que ligam videogames a violência real "não são replicáveis". Em última análise, o Dr. Ferguson acredita que o debate sobre se a mídia pode causar violência, é em grande parte, uma distração de fatores mais importantes.
No geral, parece que a comissão realmente vê os videogames como menos prejudiciais do que outras formas de entretenimento - de acordo com eles, 90% dos filmes contêm cenas violentas, enquanto apenas 68% dos jogos são violentos. Eles também elogiam o ESRB por ter um dos sistemas de classificação mais eficazes.
Basicamente, as únicas coisas que a comissão recomenda no capítulo "Violent Entertainment" é que as escolas reforcem os protocolos de segurança de Internet, e que algumas classificações, particularmente a MPAA (Motion Picture Association of America), tornem seus sistemas de classificação mais fáceis de entender.
Além da mídia violenta, o relatório da Comissão Federal de Segurança nas Escolas abrange uma ampla gama de tópicos, incluindo controle de armas, cobertura da imprensa, cyberbullying e questões relacionadas à saúde mental. Você pode ler o relatório por si mesmo, na integra em inglês aqui.