'Black Mirror': todos os episódios, organizados do pior para o melhor

Enviado por el_asesino, em

Não há outra série de TV como Black Mirror na televisão. Sabemos disso desde que esta antologia de ficção científica sobre tecnologia e comunicação no século XXI estreou em 2011 no canal britânico Channel 4. Era a herdeira de The Twilight Zone. A criação de Charlie Brooker – contida, real, provocadora e direta – não tardou a se tornar um fenômeno e ganhar todo tipo de público. Em 2016 deu um salto internacional com sua terceira temporada, graças à plataforma digital Netflix, agora mais global e também mais ampla. Black Mirror já conta com seis episódios novos e muito diferentes, que só guardam semelhanças de fundo. Chegou a hora de olhar para trás e fazer uma classificação de todos os capítulos, organizados do pior para o melhor (sempre levando em conta que até os piores superam com folga a maior parte de qualquer outra ficção). Sem dúvida, apesar de talvez não ser necessário lembrar, a lista é subjetiva e aberta a discussões.

13. Men Against Fire

(Temporada 3, ep. 5. Direção: Jakob Verbruggen; roteiro: Charlie Brooker)

Men Against Fire é um episódio longo de Black Mirror, quase uma superprodução bélica, mas se perde numa guinada pouco inesperada e numa mensagem que fica clara quase desde o primeiro momento. Como em muitos dos episódios da terceira temporada, sobram minutos. E, se não bastasse, seu protagonista não nos transmite nada.

12. Hated in the Nation

(Temporada 3, ep. 6. Direção: James Hawes; roteiro: Charlie Brooker)

É o último capítulo da terceira temporada, um episódio de 90 minutos proposto como um thriller de suspense no qual pessoas que foram objeto da ira das redes sociais morrem em circunstâncias estranhas. Apesar de a premissa e a reflexão de fundo serem interessantes, sobram minutos ao capítulo e não chega a decolar como deveria.

11. The Waldo Moment

(Temporada 2, ep. 3. Direção: Bryan Higgins; roteiro: Charlie Brooker e Chris Morris)

The Waldo Momenttem um ponto de vista interessante que, além disso, com a chegada do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, ganhou pontos em veracidade. Como episódio, no entanto, é pouco memorável. Sua ideia principal não se desenvolve como algo muito crível, seu personagem também não tem muita graça, e é difícil ter empatia pelo protagonista

10. White Bear

(Temporada 2, ep. 2. Direção: Carl Tibbetts; roteiro: Charlie Brooker)

Uma mulher acorda sem se lembrar quem é. Não sabe onde está nem por que tanta gente está gravando com os celulares. Não sabe por que essas pessoas disfarçadas a perseguem. O que sabe é que terá de ir a White Bear, supostamente um local seguro. No fim, como costuma acontecer nos capítulos de Black Mirror, as coisas não são o que parecem, e uma virada obriga a repensar toda a história. Um capítulo inquietante da segunda temporada da série, com um ritmo frenético, mas abaixo da média.

9. San Junipero

(Temporada 3, ep. 4. Direção: Owen Harris; roteiro: Charlie Brooker)

San Junipero talvez seja o capítulo mais feliz da história de Black Mirror, uma história de amor pura com toques de ficção científica, com a nostalgia e o envelhecimento como alvo. Mas, apesar de ter seus seguidores (sobretudo graças ao carismático casal formado por Mackenzie Davis e Gugu Mbatha-Raw), é um pouco insossa para poder ser considerada um episódio incrível da série. Talvez nosso coração é que simplesmente esteja congelado.

8. White Christmas

(Especial de Natal. Direção: Carl Tibbetts; roteiro: Charlie Brooker)

Três histórias em uma para um capítulo de 90 minutos que teve Jon Hamm como protagonista. Começa com a trama de um homem que recorre à ajuda de um conselheiro amoroso à distância para tentar ter mais sucesso em suas conquistas. Continua mostrando um mundo no qual as pessoas podem ter um clone que faz as tarefas solicitadas. E termina entrando na premissa de que a opção de bloquear os outros, como nas redes sociais, possa ser transferida para as relações físicas. Ideias interessantes que, devido à brevidade com que são colocadas, não chegam a se desenvolver de todo, mas conseguem ter unidade e inquietar.

7 - Playtest

(Temporada 3, ep. 2. Direção: Dan Trachtenberg; Roteiro: Charlie Brooker)

Dentro da terceira temporada se encontra este capítulo no qual um jovem norte-americano, em busca de novas experiências em Londres e necessitado de dinheiro, aceita participar como cobaia de um novo e revolucionário sistema de jogos virtuais que funciona através de um implante no cérebro. O que começa como um jogo inocente termina por levá-lo a uma casa em que se seus piores temores reproduzirão. Uma história perturbadora, que aproveita o terror psicológico, com um ou outro susto incluído.

6 - Nosedive

(Temporada 3, ep. 1. Direção: Joe Wright; roteiro: Charlie Brooker, Mike Schur e Rashida Jones)

Nosedive é, na aparência, um episódio muito futurista, com muita tecnologia envolvida, mas sua mensagem não poderia ser mais atual. O capítulo – que emana certo aroma de bom-mocismo dos roteiristas Mike Schur (Parks and Recreation, The Good Place) e Rashida Jones – causa verdadeiro terror, mas não porque haja sustos ou monstros, e sim porque nos reconhecemos nele. É muito presente. O diretor Joe Wright dá, além disso, certo ar cinematográfico a uma proposta em que a adorável Bryce Dallas Howard – a quem amamos odiar – se sente como um peixe dentro d'água. Talvez, apesar disso, seja longo demais.

5 – Shut Up and Dance

(Temporada 3, ep. 3. Direção: James Watkins; roteiro: Charlie Brooker e William Bridges)

Um jogo macabro e um segredo oculto. Shut Up and Dance é talvez o episódio mais sombrio, e menos de ficção científica, desde National Anthem. Uma sufocante história de terror psicológico, uma horripilante viagem rodoviária que nunca poderia terminar bem. Ver Jerome Flynn num papel tão diferente do de Bronn em Game of Thronestambém pesa a seu favor.

4 – Fifteen Million Merits

(Temporada 1, ep. 2. Direção: Euros Lyn; roteiro: Charlie Brooker e Konnie Huq)

Nesse mundo alternativo, a principal utilidade das pessoas é participar de um programa de televisão no estilo X Factorpara tentar sair da situação de escravidão em que vivem seu dia a dia, pedalando o tempo todo e vivendo através de um avatar virtual. Este episódio da primeira temporada dispara contra vários flancos, como o lixo televisivo ou uma sociedade alienada levada a extremo, o que é facilmente extrapolável à realidade atual. Um mundo futuro, mas muito presente.

3 – The Entire History of You

(Temporada 1, ep. 3. Direção: Brian Welsh; roteiro: Jesse Armstrong)

Um microchip em nossa mente grava todas as nossas lembranças para que as repitamos reiteradamente. Um conceito original e simples, que se transforma em um pesadelo de infidelidades, ciúmes e um casamento prestes a explodir. Como nos melhores episódios, o aparelho acaba sendo só uma desculpa para falar desses personagens imperfeitos e quebrados.

2 – The National Anthem

(Temporada 1, ep. 1. Direção: Otto Bathurst; roteiro: Charlie Brooker)

Foi o capítulo com o qual descobrimos Black Mirror, o já mítico episódio em que o primeiro-ministro do Reino Unido precisa tomar uma decisão contra o relógio: para que os sequestradores libertem a princesa Susannah, terá de manter relações sexuais com um porco enquanto todo o país vê o ato pela televisão. As redes sociais e a pressão midiática, instantânea e em tempo real, fazem com que a situação rapidamente escape do seu controle. Um capítulo impactante, que golpeia o espectador e que determinou as bases do tom e estilo da série.

1 – Be Right Back

(Temporada 2, ep. 1. Direção: Owen Harris; roteiro: Charlie Brooker)

Be Right Back é um desses episódios de Black Mirror que tem de tudo: uma mensagem sobre a tecnologia, uma história de ficção científica pura e também muita alma e sentimento. Sabe ver tanto o lado otimista quanto o pessimista desse futuro próximo. O amor perdido toma forma de androide com carisma neste episódio que, além disso, tem dois protagonistas tão sólidos como Hayley Atwell (a Agente Carter do universo Marvel) e o onipresente Domhall Gleesson, que deixou de ser um androide e se apaixona por outro em Ex-Machina. Impossível não doer.

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