A Microsoft surpreendeu muita gente no início de outubro com o lançamento do Surface Book, o primeiro notebook construído inteiramente pela casa de Redmond. Além de contar com especificações parrudas, design premium e vários outros diferenciais, o novo dispositivo é capaz de se transformar em um tablet, já que sua tela pode ser desprendida do restante do corpo, assumindo um papel totalmente independente. Aparentemente a novidade da Microsoft repercutiu bastante em Cupertino, pois em uma entrevista cedida recentemente por Tim Cook, atual CEO da Apple, o executivo foi bastante duro, não economizando críticas ao novo produto de sua rival.
De acordo com o executivo, a Microsoft trabalhou demais para criar um produto que consiga "abraçar o mundo inteiro", não focando em um ponto específico. Devido a isto, segundo Cook, o Surface Book "tenta ser um tablet e tenta ser um notebook, mas acaba não sendo absolutamente nada, uma verdadeira ilusão". Se isto é verdade ou não, não somos nós que podemos dizer, porém os números de vendas do novo notebook falam por si só, demonstrando que milhares de pessoas ao redor do mundo se interessaram pela proposta do aparelho.
Outro ponto que pode ter causado uma certa revolta por parte dos funcionários da Apple é o fato do Surface Book contar com um desempenho muito superior ao que temos no já calejado MacBook Pro, mesmo sendo apenas a primeira versão de sua linha e um nicho totalmente novo para a empresa. Devido a isto, não é estranho vermos o "manda-chuva" da companhia de Cupertino criticando o novo produto da Microsoft, já que essa foi a forma encontrada por ele para aproveitar toda a atual curiosidade das pessoas a respeito do Surface Book para promover seus próprios aparelhos
Vale lembrar que Tim Cook já deu uma declaração semelhante há algum tempo, quando começaram a surgir os primeiros "notebooks híbridos" realmente interessantes e ele afirmou que "você pode juntar uma geladeira a uma torradeira, porém isto provavelmente não agradará aos clientes". Como a Apple já está acostumada com executivos que se desmentem ao passar dos anos, isto provavelmente não quer dizer muita coisa, já que há pouco tempo ninguém iria querer uma caneta Stylus para um tablet ou um telefone de tela grande, segundo a empresa.
Com a chegada do Surface Book a novos mercados como Índia e, provavelmente, Brasil, poderemos ter uma ideia melhor de como o novo produto se sai em ambientes mais diversificados, já que apesar de contar com uma maioria da população na classe média, países em desenvolvimento possuem uma grande quantidade de pessoas inclinadas a pagar um pouco mais por algo "exclusivo". Caso a Microsoft decida disponibilizar o produto pelo mesmo preço visto no novo iPad Pro ou nos MacBooks, entretanto, teremos algo estritamente focado em usuários das mais altas classes.