O controle elétrico de qubits foi um dos grandes feitos da equipe holandesa que agora se associou à Intel.[Imagem: Gemma Plum]
A Intel anunciou um acordo de cooperação no campo da computação quântica com a Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda.
A equipe holandesa é uma das mais produtivas mundialmente nessa área, sendo responsável por tornar o teletransporte quântico prático, além de ter construído os primórdios de um processador quântico dentro de um diamante e mostrado que qubit positivos são 10 vezes melhores que arquiteturas rivais.
A Intel vai entrar com recursos iniciais da ordem de US$50 milhões, além de disponibilizar seus técnicos, laboratórios e equipamentos de fabricação para a equipe.
"O grande desafio para o desenvolvimento da tecnologia quântica (...) é ampliar a escala: ser capaz de criar estruturas complexas com um número enorme de bits quânticos. Esta parceria nos permitirá combinar a nossa experiência científica com a melhor experiência em engenharia na indústria de computadores," comemorou o professor Lieven Vandersypen.
Fronteira clássico-quântico
A colaboração seguirá duas vertentes principais. A primeira abordará a parte de software, sobretudo algoritmos quânticos com correção de erros e redundâncias que permitam operações sem falhas. A parte do hardware se concentrará na spintrônica, usando como qubits o spin de elétrons presos em pontos quânticos.
Nesta parte do hardware, o desenvolvimento da computação quântica tornou-se um campo onde a ciência básica e a engenharia não podem caminhar isoladas, uma vez que é necessário desenvolver os aparatos onde os experimentos podem ser feitos.
A miniaturização levou a eletrônica para o limite dos fenômenos quânticos, enquanto o caminho inverso, dos átomos para cima, vem mostrando convergências em diversos aspectos, no desenvolvimento de materiais que possam servir de substrato e meio para estabelecer uma ponte nessa fronteira entre o clássico e o quântico, nos primeiros resultados da spintrônica e no uso de supercondutores.