Psicólogos usam game contra déficit de atenção

Enviado por Cristianogremista, em

Videogame também é remédio. É isso que a rede de pesquisadores Neuro Games quer mostrar ao Brasil e ao mundo. O projeto, que envolve profissionais da Unifesp, da UFMG e da norte-americana Duke University, estuda e desenvolve um jogo para diminuir os efeitos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

O processo de desenvolvimento desse método de tratamento começou há cinco anos. Os psicólogos Thiago Rivero e Orlando Francisco Amodeo Bueno criaram o Projeto Neumann - como é chamado o "braço" de desenvolvimento de games da rede - buscando a reabilitação de pacientes com o transtorno.

O objetivo era tratar um maior número de pessoas ao mesmo tempo e com a facilidade de ser a distância, auxiliando psicólogos e pacientes. Além disso, o videogame é uma forma de tratamento menos invasiva e considerada mais receptiva por crianças e jovens - os mais afetados pelo distúrbio.

O primeiro passo, que durou dois anos, foi a criação de parcerias - com programadores para auxiliar na construção do jogo, e com universidades e empresas para financiamento. Esta última parte foi a mais difícil. "Recebi R$ 10 mil para desenvolver o game. É muito pouco. Um jogo simples custa uma média de R$ 100 mil", conta Rivero.

Em um segundo momento, com as parcerias estabelecidas, a Neuro Games desenvolveu cinco jogos para que três grupos - em momentos distintos - os avaliassem. Refinando a cada feedback, eles chegaram ao game mais bem visto por especialistas e pessoas sem o transtorno: o Caçador de Dragões.

A estrutura do jogo escolhido, em um primeiro momento, pode parecer simples. O paciente é um mago perseguido por um dragão que, por sua vez, possui uma aura protetora ao seu redor. Ela é enfraquecida em intervalos irregulares de tempo, variando entre 2 e 20 segundos. O jogador, então, deve realizar um ataque ao seu perseguidor apenas quando a aura estiver fragilizada. Senão, recebe um contra-ataque. O grande objetivo psicológico é conseguir controlar os impulsos e não realizar o ataque no momento errado, resistindo à forte ansiedade que o TDAH causa.

Para Rivero, os benefícios do jogo para os portadores do distúrbio são visíveis. "Se a gente treinar bastante o controle de impulso e o jogador tiver na vida real uma situação que ele tiver de controlar este impulso, teoricamente ele teria mais força cerebral pra fazer uma ação neste sentido."

Para Rivero, os games trazem inúmeras vantagens como ferramenta de tratamento. "A pessoa joga, curte, se motiva. O uso de games nisso é genial. E é por isso que ele poderia ser usado como ganho no processo terapêutico", conclui.

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