Há uma espécie de sonda que vive dentro de No Man's Sky, que ninguém fora da equipe de desenvolvimento pode ver, porque todo o seu propósito é voar para cada uma dos 18 quintilhões de planetas do jogo, gravar vídeos curtos e documentar suas viagens interestelares como uma série de GIFs animados.
Os desenvolvedores da Hello Games construíram uma espécie de sonda porque, em sua essência, No Man's Sky é tão grande que a sua equipe estatisticamente insignificante de quatro artistas humanos não podem controlar ou fiscalizar a sua criação. Na melhor das hipóteses, eles podem auditar algumas das coisas que já aconteceu e ajustar em conformidade.
Assim, em vez de supervisão humana pura, No Man's Sky é "governada" pelo que o diretor de arte Grant Duncan chama uma equipe de milhares de "idiotas estúpidos" - o código de computador e algoritmos que levam a estrutura que ele e sua equipe criou e transformou isso em um Universo.
Isso foi discutido durante uma sessão fechada na GDC 2015, em que o panteão da equipe por trás do ambicioso título de PS4 (que depois chegará a outras plataformas ainda não especificadas, sendo que o PC está praticamente confirmado) falou sobre essa "sonda espacial" por meio da qual os desenvolvedores "perdem o controle" sobre o jogo e deixam tudo a cargo de códigos - que aqui é uma espécie de robô autônomo.
A inspiração da equipe de desenvolvimento vem do mundo real
Para inventar esses mundos cheios de criaturas extraterrestres, o time da Hello Games não se inspirou no cinema, em outros jogos ou em séries sci-fi. A equipe se inspirou no mundo real e quer que No Man's Sky tenha uma característica "crível" disso tudo, diz Duncan, com vegetais, minerais, animais e todo o restante que vai instigar os jogadores a explorar cada canto.
Num primeiro momento, é possível questionar esse conceito. Mas a equipe promete espécies tão exóticas quanto as que encontramos no mundo real (quem aí nunca viu Discovery Channel, certo?), desde animais bizarros até formações geográficas e arquiteturas peculiares. Criaturas extraterrestres que vivem em nosso imaginário também estarão presentes.
Para tornar essa realidade alternativa verossímil, os desenvolvedores criaram elementos naturais e essenciais: árvores com troncos, folhas das mais diversas cores, animais com estruturas ósseas, naves com cockpits e edifícios com portas, janelas e teto. Tudo aquilo que existe no mundo real.
É por isso que essa "sonda espacial", ou "robô autônomo" ou o que quer que seja foi designado para isso: gerar todo esse universo que o jogador vai explorar. "Acho que a verdade é que somos uns doidos nesse aspecto do controle [sobre tudo]. Os artistas estão acostumados a ter controle completo de cada pixel, especialmente agora, com artistas digitais. Os melhores jogos para mim são aqueles em que você não questiona nada, apenas sente que aquele mundo é vivo e conectado", contou Duncan.
Não questionar nada é sinal de preguicinha, hein? Enfim, independentemente disso, parece que a ambição da equipe com No Man's Sky também tem quintilhões de escalas. O hype para explorar esse universo só aumenta - e a curiosidade para ver como isso funciona de perto também. O título será lançado para PS4 até o final deste ano. Outras plataformas ainda não divulgadas também devem receber o game posteriormente.