Hackers que se autodenominam parte de um "cibercalifado" ameaçaram o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua família ao assumirem o controle da conta no Twitter da revista "Newsweek", nesta terça-feira.
O grupo postou as palavras "Je suIS IS", uma referência ao Estado Islâmico e ao ataque mortal contra o jornal francês Charlie Hebdo.
O grupo, que também assumiu a responsabilidade por ter invadido contas do Pentágono nas redes sociais no mês passado, publicou a mensagem "#CyberCaliphate Dia dos Namorados Sangrento #MichelleObama! Nós estamos observando vocês, meninas e seu marido!"
A conta no Twitter mostrou uma cabeça enrolada num lenço preto e branco ao lado de uma bandeira proclamando "cibercalifado".
A "Newsweek" removeu o banner "cibercalifado" e os tweets e retomou o controle da conta em 14 minutos, segundo a revista. O grupo militante Estado Islâmico assumiu o controle de partes do território do Iraque e da Síria e declarou um "califado".
Os hackers também publicaram uma mensagem destinada aos EUA em retaliação às suas ações no mundo muçulmano. "Enquanto os EUA e seus satélites estão matando nossos irmãos na Síria, no Iraque e no Afeganistão, estamos destruindo o seu sistema de segurança cibernética nacional a partir de dentro", disse.
A mensagem continha uma lista de nomes sob o título "mujahideen bravos", em referência aos combatentes envolvidos na luta do grupo.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pela invasão, no mês passado, das contas no Twitter e no YouTube do Comando Central dos EUA, um órgão que supervisiona as operações no Oriente Médio. Os hackers disseram ser simpáticos ao Estado Islâmico.
O ataque às contas do Comando Central no início de janeiro coincidiu com o anúncio das propostas de Obama para reforçar a segurança cibernética norte-americana depois de incidentes expressivos de ataques virtuais, incluindo um contra a Sony Pictures, pelo qual autoridades dos EUA culparam a Coreia do Norte.
O ataque cibernético desta terça-feira ocorreu no mesmo dia em que a coordenadora de contraterrorismo de Obama, Lisa Monaco, anunciou a formação de uma nova agência do governo para monitorar e analisar as ameaças de segurança cibernética.