Os Estados Unidos concluíram que a Coreia do Norte é a principal responsável pelo ataque hacker contra a rede dos estúdios da Sony no fim de novembro, segundo reportagem desta quarta-feira (17) veiculada no site da emissora de TV CNN. A informação vem à tona logo após a Sony cancelar o lançamento em 25 de dezembro do filme "A entrevista", comédia sobre um plano fictício da CIA para assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-Un.
Em reportagem do jornal "The New York Times", que também confirma a decisão dos EUA, oficiais do governo disseram que a Casa Branca ainda estava discutindo a possibilidade de acusar publicamente a Coreia do Norte pelo ciberataque.
De acordo com as fontes, alguns membros da administração do presidente Barack Obama acreditam que o regime de Kim Jong-Un deve ser "confrontado diretamente". Porém, isso levantaria uma série de questões, como, por exemplo, quanto às formas usadas para detectar a origem das invasões. Outra ala do governo argumenta que uma acusação formal pode inflar o caso, "e dar à Coreia do Norte o tipo de confronto que ela muitas vezes cobiça", segundo o "NY Times".
Na terça-feira (16), o "Guardians of Peace" (Guardiões da Paz, em tradução), grupo que alega ser responsável por invadir as redes da Sony, ameaçou atacar as salas de cinema que exibissem "A entrevista". A ameaça, que foi divulgada em sites de compartilhamento de arquivos, faz menção ao atentado de 11 de setembro e afirma ainda que "o mundo será tomado pelo medo".
Por conta disso, as principais redes de salas de cinema dos EUA se negaram a passar o filme. "À luz da decisão da maioria dos nossos expositores de não exibir o filme 'A entrevista', decidimos não avançar com o lançamento planejado para 25 de dezembro", disse a Sony em um comunicado. "Respeitamos e compreendemos a decisão de nossos parceiros e, é claro, dividimos totalmente seu interesse proeminente na segurança do público e dos funcionários".