Após toda a polêmica envolvendo o filme "A Entrevista" - uma comédia que conta a história de um plano para assassinar o líder da Coreia do Norte, King Jong-un -, a Sony decidiu voltar atrás e fazer uma estreia limitada do longa nos cinemas americanos.
A empresa havia suspendido a exibição do filme após o ataque cibernético que sofreu em seus arquivos. Teriam sido feitas ameaças terroristas às salas de cinema que exibissem o filme.
Segundo a Sony, "A Entrevista" será liberado em alguns cinemas independentes nos Estados Unidos na quinta-feira, dia de Natal - data escolhida previamente para a estreia oficial.
O CEO da Sony, Michael Lynton, disse que está "animado" por saber que a comédia será assistida no país.
Dois cinemas em Atlanta e em Austin já revelaram que terão o filme em cartaz na quinta-feira. Pelas redes sociais, eles anunciaram que a Sony autorizou a exibição do filme, que virou motivo de polêmica entre os governos americano e norte-coreano.
"Urgente", anunciou Tim League, fundador de uma das salas de cinema autorizadas em Austin, avisando que teve autorização para passar o filme.
"A Sony nos autorizou a exibição de 'A Entrevista' no dia de Natal. Teremos sessões disponíveis na próxima hora."
O diretor do filme, Seth Rogen, ficou feliz com a notícia. "As pessoas falaram. A liberdade prevaleceu! Sony, não desista!", disse ele pelo Twitter.
A decisão da Sony veio no mesmo dia em que a Coreia do Norte ficou sem acesso à internet no país por 10 horas. O governo americano não quis se manifestar sobre quem poderia ser o responsável pela queda da conexão no território norte-coreano.
Polêmica
A Sony sofreu um ataque de hackers no último mês, que tiveram acesso a informações sigilosas da empresa. Alguns dos "segredos" envolvendo atores famosos ou executivos da empresa foram revelados na mídia e causaram polêmica.
Depois dos ataques, a Sony alegou ter sofrido ameaças de terrorismo dos hackers sobre o lançamento do filme "A Entrevista" na semana passada e, por conta delas, cancelou a estreia do filme.
Na última sexta-feira, o presidente americano Barack Obama responsabilizou o governo da Coreia do Norte pelos ataques cibernéticos e disse que a Sony não deveria ter suspendido a exibição do filme.
"Não podemos permitir que um ditador imponha censura aos Estados Unidos", disse.
Agora, a Sony recuou sobre o cancelamento da estreia, mas é improvável que o filme seja exibido nas maiores e principais salas de cinema dos Estados Unidos.
"Nós mantemos nossos esforços para garantir mais salas para que esse filme consiga atingir o maior público possível", disse o CEO da Sony. Ele também disse que "esperava que esse seria o primeiro passo para o lançamento do filme".
A empresa ainda não revelou mais detalhes sobre seus planos de lançamento, mas há também especulações de que o vídeo sob demanda seja oferecido como parte do pacote.