GTA V: A próxima geração chegou mais cedo

Enviado por mcnhm, em

Uma nova demonstração de GTA V revela uma montanha de novas informações e prova porque é que o mais recente jogo da Rockstar pode bem ser o melhor jogo desta geração e não só.

Se me tivessem dito que o ponto mais alto da recente demonstração de Grand Theft Auto V que me foi mostrada seria um veado a correr para o meio da estrada, ter-me-ia desmanchado a rir na vossa cara. Contudo, quando o animal obstruiu o caminho do carro da personagem principal, Michael, foi o suficiente para convencer-me que o mais recente jogo da Rockstar tinha tudo para ser algo especial. Não precisei de ver algo completamente espampanante nem um esquadrão de soldados controlados à lei da arma. Observar um dos três protagonistas de GTA V a reagir ao animal com tanto enfâse antes de o contornar, lembrou-me de como a Rockstar trabalha tão bem os pormenores e o quão importante estes momentos são.

GTA V é como uma combinação do esforço dos programados num único produto. O mundo do jogo é maior do que quase todos os jogos anteriores da produtora combinados; as três personagens existem para introduzir uma nova e complexa narrativa; pela primeira vez tem a sua própria banda-sonora que mudará de acordo com a situação em que se encontram; podem praticar mergulho. Tudo isto vai ajudar a definir GTA V, porém, tal como o veado, o meu novo amigo, será a ação aquática que ameaça abrir os olhos de muitos jogadores.

Quando o jogo passa de Franklin - que se atirou de um helicóptero e passou de pára-quedas pelo enorme Monte Chiliad - para Trevor (rodeado de corpos que parecem ser membros do The Lost Gang), é quase ridículo que um o ex-piloto militar possa pilotar uma lancha para o meio do oceano e saltar. Usando o equipamento de mergulho encontrado no banco traseiro do veículo, o tamanho do universo a explorar debaixo de água é intimidante. Existem destroços lá em baixo, cardumes de peixes e, mais preocupante, dois tubarões que cheiram o sangue. É um cenário muito mais evoluído do que aquele que estávamos habituados e longe está a mensagem "Wasted" que costumava aparecer no ecrã. Mergulhar debaixo das ondas podia, provavelmente, justificar um jogo inteiro.

São vislumbres dos novos elementos como estes - e o entusiasmo que acompanha cada novo capítulo da série - que fazem de GTA V um jogo difícil de acompanhar. Desde o seu anuncio em novembro de 2011, Grand Theft Auto, como é costume, atrai vozes de todas as áreas. Como se fosse o John Cena dos videojogos, podem não gostar da série mas têm uma opinião sobre a mesma. Se um novo vídeo, tal como os três que foram lançados recentemente, fosse forçado a entrar num ringue WWE, provavelmente seria tão apupado como aplaudido. É o estigma com que a série GTA tem que viver e isso é antes de mencionar o grupo oposto que desesperadamente deseja que este seja o melhor jogo de todos os tempos.

Contudo, se existe algum GTA capaz de conquistar ambos os lados, é este. Sejam os eventos dinâmicos importados de Red Dead Redemption ou os "Heists" divididos em múltiplas partes, existem aqui ideias que parecem construídas naquilo que o cerne da série tem andado testar durante anos. Enquanto a primeira parte possa ser uma surpresa menor graças às aventuras de John Marston - ajudar Lacey Jonas, a superestrela de Vinewood, a fugir a uma hora de paparazzi é algo secundário e divertido - a última parte é um "monstro" completamente diferente.

Durante o período de lançamento de Grand Theft Auto IV uma conversa comum que se tinham à hora do café era centrada na missão "Three Leaf Clover". Um assalto a um banco idêntico ao que foi visto no filme Heat, pareceu atingir o nervo de muitos jogadores. "Heists", como são conhecidos, seguem um formato idêntico aquela missão agora icónica mas com mais profundidade. Independentemente do que o objetivo final é, todos os aspetos têm que ser construídos pelo jogador. Isso inclui escolher uma equipa, os disfarces, locais, veículos, armas e muito mais conforme forem engendrando a natureza intrincada de um puzzle criminoso.

Por enquanto, a Rockstar tem-se concentrado apenas numa missão específica intitulada "Blitz Play", essencialmente, uma versão mais pequena de um "heist" que requer apenas três pistas e sem grande recompensa. A criação de Michael e do seu amor pela ação de Vinewood, a sua complexidade não pode ser ignorada. Com as ferramentas necessárias já à mão, a cada personagem é dada uma tarefa a desempenhar, neste caso, destruir um veículo blindado. Trevor está de vigia num telhado de um edifício próximo, Michael vai bloquear a estrada com um camião e a violência de Franklin aos controlos de um reboque vai selar o sucesso da missão. Durante eventos como este, o jogo decidirá se é prudente trocar de personagens, dando mais controlo ao jogador, neste caso específico, quando a polícia chegar para ver qual é o problema.

Em vez da mecânica usual de disparar, procurar cobertura, disparar, ser capaz de trocar de personagem adiciona opções mais táticas e estratégicas do que tinha sido visto nos GTA anteriores. Trevor, tendo a vantagem do seu posto, pode ser responsável por usar a sniper e abater ameaças que surjam via aérea, enquanto Franklin e Michael oferecem a diversão de tiroteios mais convencional. Uma vez que o jogador tem o que é, essencialmente, um parceiro cooperativo, abre, contudo, corridas potencialmente suicidas enquanto o vosso companheiro vos protege. Como os vossos amigos cuidam deles próprios quando não estão a controla-los, os tiroteios são mais variados. Para se certificar que a missão termina da melhor maneira, Franklin leva o seu camião para um sítio que havia sido discutido, estoura com as provas e afasta-se num carro previamente colocado num sítio estratégico.

É apenas uma amostra dos grandes planos que a Rockstar tem, mas deixa antever o que poderá ser uma realidade quando setembro chegar. Franklin, Trevor e Michael existem independentemente uns dos outros e do jogador, quando ele estiver a passar tempo noutro sítio. Mostra o que pode acontecer quando a equipa for feita a três numa missão estruturada. Os tumultos têm sido sinónimo da série; quanto caos pode ser causado pelo trio fica ao critério da imaginação, para já.

Seja tecnicamente, tematicamente ou narrativamente, GTA V parece preparado para elevar o standard definido pelos seus antecessores. É difícil de explicar a amplitude do ambiente e a sua vastidão, ou o quão habitado o mundo parece, sem o ver. Ao fim de contas, quantos outros jogos podem mostrar a sua tecnologia com um homem a pairar de pára-quedas pelo lado rural? Tal é a área que vos aguarda, até a simples tarefa de trocar de personagens é algo a contemplar. Observar a câmara a fazer zoom no céu e a dar uma panorâmica do cenário até ao vosso destino não é apenas uma excelente maneira de viajarem rapidamente, mas também uma janela para um mundo que é literalmente espetacular.

Existirão jogadores com reticências, obviamente, mas quase como uma amálgama de todos os Grand Theft Auto que saíram antes dele, GTA V será certamente o capítulo para converter até o cínico mais convicto e tornar-se a instalação definitiva de uma série lendária.

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