IMAGEaHR0cHM6Ly9wcGx3YXJlLnNhcG8ucHQvd3AtY29udGVudC91cGxvYWRzLzIwMTYvMDkvcHBsd2FyZV9hdG1vc2ZlcmFfdGVycmVzdHJlMDAtNzIweDM5Ny5qcGc=
Todos estamos convictos que o planeta Terra, tal como o conhecemos, durará para sempre. Para qualquer um de nós, o mundo nunca se "esgotará" à escala de uma vida... a nossa vida. Contudo, o mundo poderá terá um fim, mas de certeza que não estaremos cá para escrever essa história.
Embora não seja para tirar o sono a ninguém, a verdade é que a Terra está a perder oxigênio. Os níveis do nosso mais precioso gás, que nos mantém vivos, caiu 0,7% nos últimos 800 mil anos… e os cientistas não fazem a mínima ideia da razão!
Pese o facto de ser uma terrível realidade… porque um dia bem, lá para a frente, a milhões de anos de distância, a perder desta forma o oxigênio, a Terra não terá como repor o que perde, e isso está a excitar os pesquisadores.
Referiu o geólogo da Universidade de Princeton, Daniel Stolper
Os níveis de oxigênio atmosférico alteraram-se drasticamente ao longo da história da Terra, contudo é muito difícil construir um registo concreto desses números. Sabe-se que, nos primeiros milhões de anos, não existia oxigênio na atmosfera da Terra. Então, minúsculas algas verdes, chamadas cianobactérias, evoluíram e inundaram os céus com matéria, desencadeando um Apocalipse para as formas de vida intolerantes ao oxigênio.
Com o passar dos anos, a vida vegetal evoluiu e propagou-se, o oxigênio continuou a ser produzido e deu-se a acumulação deste gás na nossa atmosfera. Com uma quantidade suficiente, este gás "patrocina" o suporte de vida a animais mais complexos. Durante os últimos cem milhões de anos, esta quantidade tem-se mantido bastante estável e isso permitiu que a vida proliferasse.
Para lá destas pinceladas de premonição científica do início da vida na terra, os cientistas também sabem que o oxigênio é incrivelmente dinâmico. Os animais, como nós, consomem oxigênio a cada segundo, assim como as plantas produzem o fresco oxigênio no seu processo de fotossíntese. Em escalas de tempo mais longas, o oxigênio é lentamente devorado pelo desgaste das rochas de silicato.
Concluiu Stolper sobre o equilíbrio da produção versus o consumo
Num período de tempo suficiente, a perda do oxigênio pode tornar-se significativa. Esta perda pode mesmo alterar a habitabilidade de um planeta. Nesse sentido, Stolper juntamente com outros colaboradores, decidiram investigar esta perda e tentar medir de modo a formar um padrão comparativo.
Mas como é possível criar dados comparativos de milhões de anos?
Para fazer esta tarefa, os cientistas voltaram-se para um dos melhores registos de oxigénio que temos. Estamos a falar nos núcleos de gelo da Gronelândia e da Antárctida. Estes núcleos contêm bolhas de ar presas o que representa, de forma instantânea a nossa atmosfera ao longo dos últimos milhões de anos.
Ao examinar a relação entre o oxigênio para os isótopos de nitrogênio dentro desses núcleos, os pesquisadores foram capazes de criar uma tendência: os níveis de oxigênio caíram 0,7% nos últimos 800.000 anos, ou seja, as fontes de perda são, aproximadamente, 2% maiores que as fontes que produzem o oxigênio dentro do planeta.
IMAGEaHR0cHM6Ly9wcGx3YXJlLnNhcG8ucHQvd3AtY29udGVudC91cGxvYWRzLzIwMTYvMDkvcHBsd2FyZV9hdG1vc2ZlcmFfdGVycmVzdHJlMDEtNzIweDU0MC5qcGc=
Qual será a explicação para esta perda?
Como podemos ver na publicação Science, os cientistas oferecem algumas explicações possíveis. Por um lado, as taxas de erosão parecem ter acelerado na história geológica recente, causando sedimentos mais frescos a serem expostos e oxidados pela atmosfera, causando um consumo maior de oxigênio.
Por outro lado, as mudanças climáticas de longo prazo também podem ser apontadas como um dos factores responsáveis. Pondo de parte o aquecimento provocado pelo Homem, a temperatura média do nosso planeta tem decrescido um pouco nos últimos milhões de anos.
Stolper acrescentou ainda que poderão haver muitos outros factores que explicam a razão do planeta Terra estar a perder oxigênio, mas descobrir com exatidão o verdadeiro motivo, é uma processo muito difícil. Contudo, aprender a controlar os botões do ciclo do oxigênio é uma tarefa que tem de valer a pena o esforço. Isto fará com que a humanidade perceba o que faz um planeta habitável e que possa ajudar os cientistas a entender mais sobre os exoplanetas descobertos recentemente.
A análise de Stolper excluiu uma parte invulgar do registo: os últimos 200 anos da sociedade humana industrial.
Estamos, de facto, a perder o nosso gás precioso, contudo não daremos para já com essa perda, mas estamos sem perceber como se está a dar esta perda que um dia, lá longe milhões de anos daqui em diante, fará com que a humanidade deixe de respirar.