Iniciativa em parceria com Universidade de Washington busca avançar tecnologia para tornar o DNA alternativa viável para armazenar arquivos
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O videoclipe da banda OK Go, "This Too Shall Pass" entrou para uma categoria seleta de arquivos armazenados em DNA. Ele ocupa agora um pequeno espaço no cachê de 202 megabyte de dados escritos em DNA, o maior armazenamento por DNA criado até então.
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E você pode se perguntar por que um videoclipe de 2010 da banda norte-americana chamou atenção do Projeto Palix, uma pesquisa em conjunto da Microsoft, a Universidade de Washington e a startup Twist Bioscience, que visa desenvolver a tecnologia que eventualmente poderá usar o DNA como uma forma sofisticada e duradoura de armazenamento, muito superior aos métodos que hoje usamos.
Segundo Karin Strauss, uma das pesquisadoras do projeto, a banda é "muito inovadora e está trazendo diferentes ares dentro de seu campo e nós sentimos que estamos fazendo algo muito parecido".
Na teoria, o vídeo do OK Go, assim como os outros arquivos armazenados no cachê terão capacidade de sobreviverem centenas a milhares de anos.
O armazenamento via DNA poderia oferecer algumas vantagens sobre qualquer outra tecnologia que temos hoje. Ele poderia armazenar grandes quantidades de dados a uma densidade incrível e mantê-las em condições seguras.
A ideia tem estado no estágio de prova de conceito por anos, com poucos documentos arquivados com a tecnologia, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos em diferentes idiomas, os 100 principais livros do Projeto Gutenberg e o célebre discurso de Martin Luther King Jr, o "Eu tive um sonho...".
Mais recentemente, a escola de medicina de Harvard e o grupo de pesquisa Technicolor anunciaram um armazenamento de 22 MB que incluíam o filme francês mudo "Uma viagem a lua".
Para escrever dados no DNA, pesquisadores traduzem o código binário de um arquivo nos nucleotídeos moleculares que formam os blocos do DNA, atribuindo diferentes pares de bases para representar uns e zeros.
Para ler os arquivos, a equipe usaria o mesmo processo de sequenciamento de DNA que cientistas usam para decodificar o genoma de plantas ou animais, depois traduzir o resultado em código binário.
Vale ressaltar que 200MB é ainda apenas uma fração do espaço de armazenamento que pesquisadores dizem que o DNA um dia nos proporcionará. Uma reportagem publicada no NY Times, no ano passado, reportava que pesquisadores esperam, um dia, conseguirem armazenar milhões de terabytes de dados em um aglomerado de moléculas do tamanho de um grão de areia.