Russo implanta chip na mão por privacidade: "somos escravos digitais"

#Notícia Publicado por kelcardoso, em .

Durante Campus Party 2016 em SP, executivo da Kaspersky falou sobre a experiência de ter biochip implantado na mão e alerta para a privacidade de nossos dados

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Há cerca de um ano, o russo Eugene Chereshnev resolveu viver a própria história de ficção científica instalando um microchip na sua mão esquerda. Com isso, ele consegue poupar a si mesmo alguns esforços físicos cotidianos, como abrir portas da sua casa e escritório, destravar dispositivos conectados e ligar o carro.

Chereshnev, também conhecido como "Che", brinca ao se comparar a uma espécie de Jedi cuja "força" reside na Internet das Coisas. Ele mesmo diz ser fã de "Star Wars", algo que não soa muito como surpresa.

Durante palestra na Campus Party 2016, Chereshnev, que também é VP Global da Kaspersky Lab, conta entusiasmado que um dos principais motivos que o levou a se tornar o homem "biônico" da companhia russa, conhecida mundialmente pelas suas soluções em antivírus, foi a ciência.

"Muitas pessoas me perguntam por que eu fiz isso. Primeiro, experimentação. É também uma forma de fazer o mercado repensar o que é IoT [Internet of Things]", disse.

Para o executivo, o mercado de tecnologia deveria colocar as pessoas no centro das soluções conectadas e não em "coisas". Nesse contexto, diz, a Internet das Coisas assumiria seu aspecto mais humano: "Internet of People" ou "Internet de Pessoas".

É claro que quando alguém declara que implantou um chip na mão, pessoas ao redor ficam curiosas. Na Campus Party não foi diferente.

"Você não tem medo que alguém corte a sua mão e leve todos os dados da sua empresa?", questionou um dos ouvintes da plateia. "Olha, se cortarem a minha mão, acredite, o chip será a coisa com que eu menos me preocuparei", brincou Che.

Mas há uma preocupação que deixou o executivo paranóico: sua privacidade. A medida que objetos conectados deixam rastros valiosos pela web, empresas de tecnologia, como Google, Facebook, Microsoft e agências de vigilância como a NSA, se apropriam de dados seja para vigiá-lo ou para vender coisas das quais provavelmente você não precise.

Se um smartphone consegue dar uma clara ideia de quem você é pelas coisas que você acessa e consume em tempo real, agora imagine isso em um chip instalado no seu corpo. A noção de privacidade digital não só se torna mais íntima, como mais paranóica.

"Vocês assistiram a Mr. Robot? Uma dica, assistam. Tudo que acontece ali é real. Nós checamos", disse em relação a série americana que conta a história de um hacker ativista.

"Quando você vive com um chip, você muda sua concepção de como vive com seus dados. Eu comecei a ficar paranóico. Estamos dando uma enorme quantidade de dados para alguém. E quem vocês pensam que são donos desses dados? Todo mundo menos você. E isso não é estranho?", alertou.

Para ele, a propriedade dos dados deveria ser exclusiva de quem os produz. Da mesma forma a decisão do que é possível fazer com eles. Porém, nas condições atuais, Chereshnev diz que, na verdade, somos "escravos digitais" e compara a Internet de hoje como o "Game of Thrones", um período feudal onde quem decide o que fazer com seus dados são "reis" da Internet. Che quer mudar isso e com a ajuda de internautas.

"Empresas usam nossos dados pelo próprio bem, para nos vender mais. E eu tenho um sonho de que nós juntos poderemos mudar isso".

Uma das soluções que Che aponta é a criptografia de dados. Biochips criptografados poderiam dar uma noção bem mais segura de quem tem acesso a informações sensíveis, cabendo ao usuário a decisão de compartilhá-las caso a caso.

A ideia de um futuro onde pessoas sejam conectadas também impactará o mercado como o conhecemos hoje, diz o russo que prevê que biochips se tornem populares em apenas cinco anos. Em resumo, nos próximos anos suas economias não serão mais direcionadas para o último telefone da Apple, isso segundo Chereshnev.

"Sinceramente? Smartphones morrerão. E o quanto antes isso acontecer, melhor", declarou ao dizer que a inovação e dispositivos conectados do futuro não deverão ser limitados por uma espécie de "tijolo".

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