Em queda no Brasil, TV a cabo culpa crise e "absolve" Netflix

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ABTA culpa a crise econômica, já especialistas apontam também o crescimento do Netflix e ação da pirataria como fatores que contribuem para a redução da base

Dados da Anatel indicam que o Brasil terminou Outubro de 2015 com 19,4 milhões de acessos de TV paga. O que significa queda de 255,7 mil acessos em 12 meses, segundo a Teleco. E, pela primeira vez, queda na comparação anual: - 1,3% em relação à base instalada de outubro de 2014. No ano passado, o setor havia crescido 8,7% e, entre 2010 e 2014 o número de assinantes dobrou.

Oscar Simões, presidente da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA, atribui a má fase principalmente à crise econômica, que tem afetado o bolso das famílias brasileiras. "Claramente a atividade está sendo afetada pelas expectativas e pela conjuntura econômica", disse Simões à Agência Brasil. Segundo ele, ao sentir a crise, as famílias podem adiar a compra de novos pacotes ou demorar para religar no caso de mudança, por exemplo. Além disso, há um crescimento da inadimplência, que pode fazer com que o serviço seja interrompido pelas operadoras.

Mas especialistas citam também a pirataria e o crescimento do mercado das OTTs como fatores importantes para para a redução no número de assinantes. Simões nega. De acordo com ele, o aumento do uso de recursos para assistir programas e filmes como o Netflix ainda não está interferindo no crescimento do setor. "Não temos indicadores que sinalizam que a redução se dá pela entrada de novos modelos de vídeo. Essa questão acontece em mercados mais maduros, o nosso mercado ainda está em expansão, e ainda não temos uma rede de banda larga tão expressiva que permita esse tipo de conclusão", afirmou.

Segundo ele, no ano que vem pode haver uma redução ainda maior de clientes, principalmente em 15 estados e no Distrito Federal, onde a alíquota do ICMS sobre o serviço deverá passar de 10% para 15%. "O aumento da carga tributária é uma das nossas maiores preocupações para o ano que vem. Porque junta isso com um momento ruim e acaba tendo um efeito negativo muito grande, com aumento do preço e a redução da demanda", diz Simões.

Números ruins

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O mercado DTH é o que mais registra perda de assinantes.Em abril deste ano eram 11.973.000 assinantes. Em outubro, 11.441.542. No total, menos 532 mil assinantes no serviço de TV via satélite.

O micro-ondas (Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal - MMDS) também vem caindo no acumulado de 2015. De 11.229 em abril para 10.818 em outubro.

Já o cabo e a fibra continuam em alta. O cabo registrou a adição de 129.167 assinantes entre abril e outubro. E a fibra, 44.880 no mesmo período.