Cientistas querem guardar Wikipedia em moléculas de DNA

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Preservação de dados: Processo guarda dados em moléculas de DNA

São Paulo - Os métodos de armazenamento de informações atuais estão sujeitos à deterioração. HDs, SSDs, DVDs e livros físicos se perdem com o tempo. Mesmo o microfilme, que é o meio mais resistente que se conhece atualmente, dura somente 500 anos. Então, como guardar todas as informações geradas pela humanidade para a posterioridade?

Pesquisadores de Zurique, na Suíça, trabalham em um método de armazenar dados em moléculas de DNA fossilizado. Preservando esse material a -18º C, seria possível fazer com que ele durasse até 1 milhão de anos.

Para simular a degradação desse fóssil de laboratório, ele foi exposto, durante um mês, a temperaturas entre 60 e 70º C. Após esse experimento, os cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, liderados por Robert Grass, concluíram que a resistência do material foi similar à vista em ossos fossilizados que passam milhões de anos na natureza.

"No longo prazo, o DNA pode mudar significativamente enquanto reage quimicamente ao ambiente, dessa forma, apresentando um obstáculo para seu armazenamento ao longo do tempo. Entretanto, o material genético guardado em ossos fossilizados por vários milhares de anos pode ser isolado e analisado, desde que esteja encapsulado e protegido", de acordo com Grass.

"Você pode guardar todos os dados do Facebook e da Wikipedia em um tubo de ensaio", afirmou o pesquisador, em um vídeo publicado pela BBC nesta semana.

O time de pesquisadores gravou em moléculas de DNA, preservadas em microesferas de óxido de silício de 150 nanômetros, a Constituição da Suíça e os métodos de teoremas mecânicos de Arquimedes.

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Preservação de dados: Processo guarda dados em moléculas de DNA

Depois da gravação acontecer, um algoritmo checa todas as informações para garantir que elas estejam corretamente armazenadas.

Para "interpretar" os dados mantidos em DNA, é preciso utilizar uma solução de fluoreto para conseguir um sequenciamento com uma leitura parcialmente fiel dos dados. A ideia é que, desde que a civilização que tente ler o que há nessas moléculas fossilizadas tenha conhecimentos relativamente avançados de biologia, será possível transmitir todas as informações geradas pela humanidade atualmente para povos do futuro.

Já em 2012, cientistas da universidade de Harvard descobriram que o DNA pode conter muitas informações em um pequeno espaço. Por exemplo, os pesquisadores conseguiram gravar em um trilionésimo de grama (picograma) 11 imagens no formato JPG, um livro com 53.400 palavras e um programa escrito em Javascript. O total de dados foi 5,27 milhões de bits.

O entrave com esse tipo de armazenamento de informações é alto custo do processo. Fora isso, não pode haver erros, já que não é possível corrigi-los. A expectativa dos cientistas é que o preço desse método de preservação de dados seja reduzido ao longo dos próximos anos.

DouglasG1
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