NASA - O computador da Missão Apollo - Especificações

#Artigo Publicado por adriankey, em .

Especificações

O computador era uma obra-prima de tecnologia, fazendo tudo isso com 2 kB de RAM e 48 kB de ROM, rodando a um clock interno de 1,024 MHz (ou apenas 1.024 kHz), sendo usado nas Apollos IV e VI. A segunda geração de computadores do sistema de navegação foi construída em 1966 com 2.800 CIs cada um com duas portas lógicas NOR, a RAM aumentou pra 4 kB e a ROM para 73 kB.

Obviamente não havia HD, os discos da época eram frágeis e grandes demais. A ROM era gravada em um negócio genial que, apesar do nome, não foi inventado em Pernambuco: a Memória de Corda.

Eram fios passando através ou em volta de núcleos magnetizados. O fio passando dentro era um 1, passando fora era um 0.

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Memória de Corda. Sim, está bem ampliado

Como você já está imaginando, era um inferno escrever um programa, ou tecer, para ser preciso. Levava meses e qualquer erro significava jogar fora todo o trabalho, que era conhecido como Método LOL, de Little Old Lady, pois a maior parte dos funcionários que faziam a tecelagem do software eram velhinhas.

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Esse cidadão está gravando um programa em ROM

Um zoom. Notem que não tem IntelliSense ou sintax highlight.

ÓBVIO que com tudo isso o projeto atrasou, a ponto da NASA nomear um interventor que foi explicar aos universitários como a banda tocava no mundo corporativo. Softwares inteiros foram reescritos, a própria função do sistema de navegação foi reduzida, de primário para auxiliar, e no final uma versão funcional foi entregue.

O sistema iria utilizar sinais de rádio da Terra como faróis de navegação, o módulo inercial seria um backup, usado somente em caso de emergência ou quando não houvesse contato.

O grande teste foi em 1968, com a Apollo VIII. Ao passar por trás da Lua ficaram sem o sinal de rádio, todo o controle foi feito pelos giroscópios e pelo software. Ao sairem da sombra o sistema enviou seus dados de telemetria para a Terra, e bateram com absoluta precisão com os valores calculados pela NASA.

Em 1969 foi a vez da Apollo XI usar o módulo mais complexo de todo o sistema, as rotinas de pouso. Em nenhum outro momento uma sequência contínua tão grande de instruções era necessária. Curioso é que esse módulo foi escrito quando 2/3 do sistema já estava pronto. O autor foi um jovem de 22 anos em seu primeiro emprego como engenheiro júnior chamado Don Eyles. Responsabilidade? Magina…

Durante a descida na superfície lunar, o computador disparou um alerta de erro, no caso, o famoso Erro 1202.

Problema é que na NASA ninguém sabia que diabos era aquilo, e sem idéia da gravidade, o natural seria abortar o pouso. Quem salvou o dia foi um sujeito chamado Jack Garman, engenheiro de software e que tinha a única cópia da lista de erros do sistema.

Ele levantou a mão, disse qual era o erro: overflow, o computador estava recebendo dados demais e não conseguia processá-los, mas graças ao sistema de prioridades de tarefas criado por Hal Lanning, as de baixa importância eram desconectadas enquanto o principal, relacionado ao pouso, era mantido rodando.

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Jack Garman, o homem que salvou o dia

Depois descobriram qual havia sido o erro. A checklist estava errada, Buzz Aldrin, seguindo as instruções, ligou o radar de retorno, usado para acoplagem com a cápsula principal. Desnecessário para o pouso, só seria usado em caso de cancelamento, nunca havia sido testado nos simuladores enviando dados para o computador principal.

O resto, como dizem, é História. O sistema sofreu várias melhorias, inclusive a adição da possibilidade de reescrever parte dos programas em execução, função que foi fundamental para salvar a Apollo XIV, que teve problemas com um sinal intermitente nos circuitos de abortar o pouso. A 300 mil km de distância Don Eyles orientou os astronautas que entraram com uma rotina de bypass, em assembler. E você reclama do Java.

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O computador de navegação e o painel de controle

O computador de navegação da Apollo se dava ao luxo de ter processamento de sobra, permitindo até detalhes como converter os dados de sistema métrico para unidades imperiais, ao gosto dos astronautas. Hoje temos que esperar a próxima atualização do iPad, pois a Apple não incluiu teclado em português na primeira versão…

Artigo completo no link http://meiobit.com/76058/apollo/

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