A Internet está jogando a ciência nas trevas

#Notícia Publicado por Frocharocha, em .

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Grande parte das informações científicas publicadas em revistas e sites é falsa. O número pode chegar a 50%.

Quem divulgou esse dado assustador não foi nenhum site de teorias da conspiração ou um lunático qualquer, mas Richard Horton, há 20 anos editor da "The Lancet", fundada na Inglaterra em 1823 e considerada uma das mais importantes revistas médicas e científicas do mundo.

No editorial de 11 de abril (leia aqui, em inglês), Horton descreveu um simpósio, realizado em Londres, sobre a confiabilidade de pesquisas médicas. A conclusão é alarmante: "O caso contra a ciência é claro: boa parte da literatura científica, talvez metade, pode simplesmente ser falsa. Prejudicada por estudos com mostras qualitativas pequenas, efeitos diminutos, análises exploratórias sem validade e flagrantes conflitos de interesses, (...) a ciência tem mergulhado rumo à escuridão. Como disse um dos participantes: 'Métodos pobres dão resultado'."

Na última década, houve na Internet uma profusão de revistas "open access" ("acesso aberto"), que publicam trabalhos científicos. Elas são gratuitas para o público, mas não para o autor do trabalho, que paga para tê-lo publicado. Isso criou um verdadeiro comércio online de informações médicas e científicas.

Como o acesso é livre, muitas dessas revistas têm grande número de acessos, e os artigos publicados ganham uma chancela de respeitabilidade.

O maior problema não é o trambique de que muitos autores são vítimas (e cúmplices), mas o fato de que a maior prejudicada, no fim das contas, é a ciência.

A publicação de trabalhos falsos ou cientificamente irrelevantes tem disseminado informações erradas e que por vezes são usadas como base para que pacientes tomem decisões médicas. Se tornou um assunto de vida e morte.

Frocharocha
Frocharocha
, São Paulo
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