Quem tem um dispositivo da Apple um pouco mais antigo sabe: se tem update de sistema operacional, é muito provável que o pobre gadget se comporte como uma carroça. O impacto no desempenho é tão dramático em alguns casos (como no primeiro iPad Mini) que parece um maquiavélico plano de obsolescência programada.
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Isso é chato para o consumidor final, mas é insustentável no ambiente corporativo, onde a substituição dos equipamentos segue um regime bem diferente do frenesi de marketing do mercado de consumo.
A Apple acabou de apresentar a nova versão do sistema operacional que equipa iPhones, iPads e iPods Touch, o iOS 9. Cupertino promete uma tonelada de novidades, a começar pela autonomia de bateria. De acordo com a fabricante, um novo modo de uso pode reduzir em 50% o consumo de energia em algumas tarefas, permitindo até uma hora a mais de bateria por carga (no caso do iPhone). Um modo de energia reduzida aumentará a autonomia em até três horas.
Uma das mais bem vindas é a modularidade do sistema. O iOS consegue, finalmente, atualizar serviços básicos sem impactar no desempenho global. É mais ou menos como o Android faz, e o que permite que ele continue a rodar mesmo em aparelhos antigos.
A escolha do Google foi barrar os aparelhos que não tem condições de hardware para executar a nova versão do sistema. Com a Apple, era porteira aberta. Você pode atualizar seu dispositivo a hora que quiser. A pegadinha: ele fica horrível de usar depois, pois o hardware não dá conta. Agora, o iOS analisa dinamicamente o que o dispositivo tem "sob o capô" e instala o que faz sentido. Claro, alguns recursos avançados não vão rodar, mas o que é chave, como segurança e uso básico, está lá, sem se arrastar.
O iPad finalmente ganha a funcionalidade de dividir a tela. Até então, só era possível alternar entre apps em tela cheia. Ponto para Apple, que corre atrás do Windows, que tem seus tablets fazendo isso desde sempre.
Outra novidade é a atualização da Siri, a assistente digital da Apple. Quando foi lançada, ela era revolucionária, mas rapidamente foi atropelada pelo Google Now e Cortana. O que faltava à educada assistente de fala macia era integração total com e-mail e outros apps, coisa que o Google Now teve desde sempre.
Agora a assistente tem acesso total à agenda, e-mail e outras informações. Como a Apple enfatizou, agora a Siri é proativa, isto é, vai atrás do que você precisa saber mesmo que você não saiba.
Um exemplo: o Google Now manda avisos assombrosos sobre os horários e portões de embarque de voos, baseado no seu tráfego de e-mail e agenda, tudo automatizado. Agora a Siri pode fazer o mesmo.
Se algum número desconhecido ligar, ela rapidamente busca nos e-mails para ver se existe relação. É um recurso necessário e bacana, que a Apple estava devendo.
O mais importante: Cupertino garante que toda essa integração não vem com o preço de abrir mão de sua privacidade. Todas essas informações serão confidenciais e jamais serão utilizadas. Essa é uma das maiores críticas da Apple ao Google, que oferece esse tipo de facilidade em troca da análise dos dados e perfil de uso do usuário.
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