Halo 5: Guardians Hunt The Truth Boletim 06

#Notícia Publicado por Anônimo, em .

No dia 25/04 uma espécie de "puzzle" foi iniciada com uma imagem promocional de Halo 5: Guardians. Ao todo já foram liberadas 52 partes em diversas fontes. A imagem fragmentada se encontra abaixo:

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A imagem tambem se encontra no site Halo Archive

E ontem, dia 26/04 fora disponibilizada uma imagem e o episódio em áudio número cinco do Hunt The Truth, com o nome "Out Of Time". Segue abaixo a imagem e sua legenda traduzida:

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"Eu fiquei encarando a tela pelo que parecia ser uma eternidade. Eu estava a um clique de distância de botar o rabo entre as pernas e virar o cachorro bonzinho que o Sullivan me contratou para ser. Ou eu poderia pegar a porta #2 e arruinar essa história por inteira. Somente um clique determinaria o resto da minha vida. Eu acho que você sabe que caminho eu vou escolher."

Segue abaixo o áudio e sua tradução:

Clique aqui para escutar o audio

[spoiler=clique aqui para ler a tradução] Benjamin: Olá, estou aqui para ver Michael Sullivan.

Atendente: Você tem uma reunião?

Benjamin: Sim. Sou Ben Giraud e estou marcado para uma hora.

Me apresentar na recepção do Escritório de Inteligência Naval é uma formalidade bizarra. Falar meu nome, perguntar quem eu fui ver, toda aquela conversa antiquada, parte do esforço de colocar mais "humanidade" na operação. Na verdade, a vigilância soube onde eu estive em cada minuto, desde que eu saí de casa, pela manhã, quando desembarquei no terminal de Boston, essa recepcionista provavelmente foi informada da minha hora de chegada, onde eu fui antes de chegar aqui, idas ao banheiro, a velocidade média com que ando, tudo que eles conseguiram. Eles estavam me esperando.

Atendente: Eu o avisarei de que está aqui, Ben.

Benjamin: Ok, obrigado.

Toda a instalação da ONI era lustrosa e afiada. Em todos os lugares estavam linhas precisas, dos materiais de melhor qualidade. O mais chocante era a quantidade envolvente de espaço e silêncio. Essa área de espera era particularmente dispersa. Duas cadeiras minimalistas de fibra de carbono, espaçadas a vinte pés uma da outra. Também notei que o assento lembrava um pouco o piso. Escolhi uma e me sentei.

Ouch.

Essa cadeira era realmente parecida com o piso. Era estranho. Eu provavelmente iria ter que esperar os costumeiros sessenta a noventa minutos aqui, e me sentar desse jeito não iria ajudar muito. Mas eu estava começando a me ocupar quando a porta atrás da recepção abriu.

Atendente: Ben, o Sr. Sullivan vai atendê-lo agora.

Benjamin: Agora?

Atendente: Sim.

Eu me atrapalhei pra levantar da cadeira e cruzar a sala. Meu coração estava acelerado.

Benjamin: Obrigado.

Ela não respondeu.

Eu entrei em um corredor vazio, cheio de portas fechadas. Eu quase me virei para perguntar para onde eu tinha que ir, mas a porta imediatamente se fechou atrás de mim. A iluminação do corredor mudou, indicando uma das portas à frente.

Eu andei pelo corredor por muitos escritórios. Tudo era à prova de som, aliás, então eu não tinha ideia se realmente haviam pessoas trabalhando lá. Quando cheguei ao fim do corredor, a porta de Sullivan se abriu no último momento possível.

Quando eu entrei, Sullivan nem me olhou. Ele estava sentado em sua mesa, atentamente trabalhando em seu commpad.

Michael: Ben, estou feliz que chegou.

Eu fiquei em pé por algum tempo. Eu percebi que essa era a sala da qual ele sempre falou comigo. A sala era minimalista como o resto do prédio, mas havia alguns itens pessoais. Alguns enfeites, um relógio analógico que simulava ser antigo. Sullivan ainda não tinha falado nada.

Benjamin: É… devo…

Michael: Fique confortável.

Ele continuou mexendo em seu commpad. Eu sentei na cadeira, que era igual à outra, um pouco incomodado. Eu me sentia estranhamente distante de sua mesa também. Eu tentei puxar assunto.

Benjamin: Não sabia que gostava de coisas antigas, Sully. Onde conseguiu o relógio?

Michael: Sempre o tive.

Benjamin: Legal…

Michael: Então… como vai a história, Ben?

Benjamin: Vai bem, vai bem.

Michael: Tem tudo que precisa?

Benjamin: Absolutamente.

Michael: Não quer mais algumas perguntas e respostas?

Benjamin: É… sim… quero dizer, eu estou…

Michael: Perfeito!

Eu ainda estava tentando descobrir o que estava acontecendo, quando Sullivan parou de mexer em seu commpad. Ele me olhou pela primeira vez e havia um brilho em seu olhar.

Michael: Tem alguém que gostaria de falar com você, Ben.

Sou Benjamin Giraud, e essa é a Caça à Verdade.

Sully estava andando rápido e eu estava tentando acompanhar. Os prédios eram todos conectados e tudo era bem maior do que parecia quando eu estava do lado de fora. Quanto mais andávamos, menos corporativo e mais militar o chão ficava. E quanto mais militar, mais nervoso eu ia ficando.

Benjamin: Não imagino quantos civis já chegaram tão longe assim.

Michael: É um dia especial, Ben.

O departamento de Sullivan parecia muito vazio, mas agora, haviam muitas pessoas andando pra lá e pra cá, a maioria de uniforme, nem se falavam, apenas mexiam em seus commpads enquanto andavam. A eficiência fria de tudo era chocante.

Michael: Aqui estamos.

Sully me levou a uma ampla e confortável sala escura, e a porta se fechou atrás de nós. No centro, havia uma enorme mesa com cadeiras à sua volta. Além das luzes, os limites do teto deram lugar à sombra.

Michael: Sente-se.

Fiz como ele me pediu e sentei em uma das cadeiras. Ela automaticamente afundou à minha volta. Observei tudo, e percebi que uma das paredes era feita inteiramente de vidro negro. Provavelmente para observação.

Michael: Precisa de água?

Benjamin: Não… Eu… Eu estou bem, estou bem… Obrigado. Quem eu vou… ?

Michael: Você precisa checar o microfone ou algo assim?

Benjamin: Checar o microfone?

Michael: Quero ter certeza de que aproveitará tudo.

Benjamin: O quê? Ouça, eu só…

Michael: Relaxa, Ben. Isso vai ser grande.

Benjamin: Sully, eu só queria dizer que estou…

Michael: Ben, ele já vai entrar.

Benjamin: Sully… Sully, eu só queria dizer que eu tinha toda intenção…

Michael: Te apresento Senior Chief Petty Officer Franklin Mendez.

Franklin: Olá, Ben. Como vai?

Eu fiquei de pé. O homem que entrou era extraordinariamente condecorado. Estrelas douradas, estrelas de prata, estrelas de bronze, roxas, a Legião de Honra. Ele parecia sério e imponente. Provavelmente pelas décadas de batalha.

Benjamin: Boa tarde, senhor.

Franklin: Vamos falar sobre o Chief?

Benjamin: É… hmm…

Michael: Mendez é o homem que treinou o Chief, Ben. Eu te disse que tomaria as providências para que você tivesse tudo que precisasse para a história.

Era uma entrevista. Isso era completamente o contrário do que eu estava esperando. Eu não sei o que estava esperando, mas não era uma entrevista cara-a-cara. Toda a minha ansiedade evaporou completamente.

Benjamin: Certo! Sim, claro, hah! Então você é o homem para se falar quando o assunto são os spartans, não é?

Franklin: Está correto.

Minha conversa com o Thomas não tinha sido marcada. Petra estava certa. Não havia maneira de Sullivan não ter comentado algo sobre. Eu não podia acreditar. Minha crença floresceu em algo maior. Eu estava prestes a entrevistar o homem que treinou pessoalmente o Master Chief.

Franklin: Chief tinha um mau hábito de pular do Pelican direto para o solo… a armadura amortecia a queda, mas isso é uma vantagem à essa altura, eu acho. E ele ia direto em cima do inimigo.

Nenhum civil teve a oportunidade de ouvir tais detalhes sobre o Master Chief. Franklin me disse que, não muito tempo depois do campo de treinamento, seu conjunto único de habilidades e estratégia estabeleceram uma reputação para o jovem homem.

Franklin: Ah… aquela criança me deixava surpreso. Sua precisão, força mental, habilidades físicas, estratégias… eu poderia dizer que, mesmo em uma idade jovem, John era o pacote completo. Não havia dúvidas em minha cabeça de que ele estava pronto para o aumento. E ele não podia esperar.

Uma vez que John passou pelos procedimentos, Mendez disse que todos estavam boquiabertos com os resultados.

Franklin: Engenheiros médicos disseram que seu corpo se adaptou imediatamente ao processo. Sua recuperação foi incrivelmente breve. Mas o que foi mais impressionante foi a maneira com a qual seu cérebro logo assimilou as modificações. Você não pode sair como se nada tivesse acontecido daquele tipo de procedimento. Nós mapeamos toda a neurologia. Enquanto os outros ainda estavam aprendendo como andar, John estava lá, arrebentando. E eu nunca vi nada parecido.

Esse foi o nascimento de Master Chief. Ele avançou rapidamente, desafiando o tempo, constantemente acima do que um spartan poderia ser pedido a fazer. Ao longo de sua carreira, Mendez pode analisar do que seus melhores soldados eram capazes no campo. Ele treinou os spartans de tal forma que derrotavam dezenas de forças Covenant sem nem fazer esforço. Ele falou da velocidade insuperável, precisão extraordinária que continuaram a evoluir com o passar dos anos. Ele falou da dedicação inabalável de Chief. Mas de acordo com Mendez, era algo a mais que formaria essa lenda militar.

Franklin: Eu nunca vi um homem, aumentado ou não, ser capaz de tomar decisões de alto escalão tão rapidamente. Chief se veria encarando uma situação com diversas variáveis, e quase instantaneamente medindo o custo e o benefício, imediatamente gerando uma solução criativa. Ele encara de tudo, ético, tático, situações difíceis, que qualquer ser humano levaria muito tempo para resolver, mas ele sabe o que fazer, e geralmente é a melhor opção. É extraordinário. É impressionante ver um super humano pular no inimigo no meio do voo, e de repente acabar com ele. Afinal, qualquer homem pode fazer isso também.

Mendez me diz que Chief vai expandir e aprofundar a definição do que é servir. Em vários momentos, ele pensa que é essa habilidade de julgamento que destaca o Chief. É o que faz dele um líder. É o que fez dele um heroi.

Benjamin: Uau…

Franklin: Estou feliz que esteja escrevendo essa história, Ben. É uma questão de tempo até que os spartans encontrem sentido no que fazem. As pessoas precisam entender o nível de sacrifício que os spartans fazem para nos manter seguros.

Benjamin: Você falou bastante sobre a personalidade de Chief, seu serviço, sua lealdade… acho que não gosta de falar muito sobre seus sentimentos, mas… na sua opinião, você acha que ter toda essa responsabilidade é difícil pra ele? Quero dizer, proteger toda a galáxia, parece que é um fardo pesado inimaginável.

Franklin: Você não tem que imaginar. Sim, é um fardo pesado. Mas Chief tem ombros largos. Ele pode tomar decisões e fazer o que tem que ser feito. E ele faz isso com força de vontade e vigor.

Benjamin: Absolutamente. Absolutamente. É incrível. Mas você acha que um homem deve ter todo esse… poder?

Franklin: Essa frase pode te botar em apuros. Soa como se estivesse presumindo minha resposta, o que torna seu tom condescendente e essa conversa decididamente desagradável. Não é algo que você quer, não é, filho?

Benjamin: Não, é que…

Franklin: Gostaria de reformular a pergunta?

Benjamin: É claro, é claro… me desculpe. Eu…

Naquele momento, a luz da sala mudou repentinamente e Sully começou a mexer em seu commpad.

Michael: Hmm… a sala está mudando. Desculpe a inconveniência, cavalheiro, mas estamos tendo que mudar o local.

Benjamin: Me desculpe, o que eu devia ter dito era que, se estamos lidando com tais tipos de decisões…

Michael: Desculpe, Ben, nós acabamos de ser convocados a outra sala, então nós vamos até lá, se estiver tudo bem.

Franklin: Pense comigo.

Benjamin: Ok…

Michael: Devemos ir logo…

Franklin: Ei, espere um pouco… parece que tem algum outro lugar que preciso ir.

Benjamin: Sem problemas, eu posso esperar.

Franklin: Sullivan pode reagendar isso por volta das seis.

Benjamin: Perfeito. Eu aprecio sua consideração.

Franklin: Você deveria apreciar o que meus spartans fizeram. A única razão de você estar respirando ar para fazer essas perguntas é porque eles sacrificaram mais do que você jamais saberá.

Mendez seguiu para o corredor ao passo que uma longa fila de homens de terno passavam e desapareceu da sala atrás de nós. Sullivan estava saindo dali, novamente mexendo em seu commpad. Eu o segui.

Benjamin: S-Sullivan!

Michael: Sim…

Benjamin: O que devo reportar?

Michael: Ah, não, espere um minuto…

Benjamin: O que?

Michael: Parece que estamos recebendo um requerimento para arquivos brutos agora.

Benjamin: Pra mim?

Michael: Você deve transferir seus arquivos pela quinta-feira. É isso!

Benjamin: Não posso fazer isso, está tudo em casa!

Michael: Você tem documentos de embarcação para as cinco e meia. Isso deixa vinte e quatro horas para fazer o upload quando você voltar.

Benjamin: Mas eu só fiz resumos dos primeiros episódios.

Michael: É editorial, Ben. Não se preocupe com isso.

Benjamin: Mas e o Mendez?

Michael: Aquilo foi maravilhoso!

Benjamin: Mas eu não terminei…

Michael: Você conseguiu um material incrível dele, a entrevista foi de matar. Eu amei. Se as outras forem metade do que essa foi, seguirem essa produção, telas largas…

Benjamin: Eu ainda estou na metade dela, então eu… posso… esperar por ele? Sullivan, eu posso esperar aqui e terminar a entrevista? Eu tenho tempo.

Sullivan parou de andar quando eu disse isso. Ele se virou e andou em minha direção. Pela primeira vez no dia inteiro, possivelmente pela primeira vez desde que eu o conheci, ele estava me dando sua completa atenção.

Michael: Ben, você não tem tempo. Você tem um prazo e uma passagem para as cinco e meia, ok?

Naquele momento, me ocorreu que minha conversa com Thomas provavelmente foi marcada. Sullivan voltou ao "personagem" e continuou andando.

Michael: Sério, é um material incrível. E lembre-se, uma vez que a história ficar pronta, eles vão todos comer na sua mão. Essa é sua, amigo!

Para vocês que não "falam" ONI, isso foi eu sendo despedido.

*inteligência artificial* Seu passe expirará em nove minutos.

De acordo com a IA, eu não era mais um convidado bem-vindo. Eu estava prestes a embarcar na longa viagem para casa.

Embarcar em uma segunda viagem interestelar em menos de vinte e quatro horas já é um saco quando você não perdeu seu trabalho. Quando eu já estava dentro, tudo que eu queria era dormir um pouco, mas à medida que deixávamos a plataforma, algo começou a me incomodar. Na verdade, era alguém.

Então tem um cara reclamando do voo. Parece que ele está em seu primeiro voo saindo do sistema solar.

Esses vôos saindo da Terra para as Colônias Exteriores sempre tem pelo menos um cara desse tipo. Algum intitulado "VIP da Terra" que sente a necessidade de gritar sobre as inconveniências das viagens no espaço.

Eu definitivamente reconheço essa voz. Levei um minuto, mas será que é… ele? Eu acho que é Jacob Walker.

Jacob Walker. O militar aposentado com quem falei há uns dias. O rato de praia feliz que esteve no campo de treinamento com John. Isso não fazia sentido. Ele estava de férias permanentes em Saturno, então ele era o último cara que eu esperava ver em um vôo deixando a Terra.

Estamos quase decolando mas tenho que ter certeza.

Eu tirei o cinto, fui até o corredor, e quando cheguei lá, eu o vi, discutindo com a atendente. Mas este homem estava vestindo terno e gravata, e seu cabelo estava completamente penteado. Não se parecia em nada com o homem do campo de treinamento que entrevistei. Eu fui adiante, de qualquer maneira.

Benjamin: Jacob? Jacob Walker?

Toda a cor desapareceu do rosto do homem.

Se você está pensando que eu enlouqueci e o confundi com algum homem de negócios, ouça sua reação quando eu o disse quem eu sou.

Benjamin: Sou Benjamin Giraud. Nós conversamos há algumas semanas.

Walker: Ah, sim, claro. Histórias do campo de treinamento, eu lembro.

Esse era o Walker que eu lembro.

Benjamin: Você está aqui a trabalho ou algo assim?

Walker murmurou estranhamente e pareceu querer sair dali, mas estava preso.

Benjamin: O que está fazendo aqui, na Terra?

Walker: Ah sim, eu só estou… viajando um pouco.

Atendente: Senhor, nós estamos voando, por favor, retorne ao seu lugar

Benjamin: Mas eu pensei que fosse aposentado…

Walker: Sim, eu sou… está certo… ah, ei, Ben, eu…

Benjamin: Quero dizer, eu pensei que estivesse permanentemente numa praia.

Walker: Sim, eu…

Atendente: Senhor, último aviso. Você precisa se sentar imediatamente.

Benjamin: Ok, espere um segundo, tudo bem?

Atendente: Não, já acabou.

Benjamin: Espera… não toque… ei…

Foi assim que meu voo terminou pra mim. Eu fiquei inconsciente e minha conversa com Walker tinha terminado.

Acordei no terminal, de volta pra casa, com uma dor de cabeça latejante. Quando cheguei à minha casa, tive uma desagradável surpresa em minha caixa de entrada. Era uma ordem da administração da transportadora dos Territórios Interiores.

"Benjamin Giraud,

Isto é um informativo de uma ordem da ITTA

requerendo penalidades civis pelo incidente a bordo"

Quê? Eles querem me multar em cinquenta mil créditos?

Pelo menos a ONI estava me pagando bem pela história. Eu ainda tinha vinte e três horas para mandar os arquivos brutos para Sullivan. Aquilo me deu a oportunidade de abanar o rabo e seguir ordens. Eu tinha sido demitido, mas eu queria o próximo trabalho, então eu precisava limpar toda essa sujeira atrás de mim.

A história iria ser problema de outra pessoa agora. Eu estava reunindo meus arquivos para mandar para Sullivan, quando reparei que meu commpad ainda estava gravando. Ele esteve gravando. O tempo todo. O arquivo era massivo. Eu escaneei o arquivo do começo e a maior parte do tempo era eu dormindo, mas aí encontrei algo de que não me lembrava ter acontecido. Foi logo depois que os tripulantes me fizeram desmaiar.

"Sim…

Senhor, último aviso. Você precisa se sentar imediatamente.

Ok, espere um segundo, tudo bem?

Não, você acabou.

Não, espere… não toque… o que está…"

Eles me acertaram com um sedativo, e aí, isso aconteceu.

"Vamos cuidar disso a partir daqui.

Espere…

Senhor Giraud, você é legalmente obrigado pela ITTA a obedecer as instruções dos membros da tripulação em qualquer ocasião.

O que… O que você…

Pegue o pé dele, e eu fico com a outra metade."

Mais sedativo. Não há dúvidas do porquê de ter me sentido tão mal.

"O que vocês… o que vocês fizeram…

Você vai ficar bem, Ben."

Ben. Eles me chamaram.

Eu corri pelo resto da gravação, essa é a parte em que eles me carregam pelo terminal de transferência até meu voo de conexão.

"O que diabos ele estava fazendo naquele voo?

Não sei, cara.

Como isso pode acontecer? Não é fácil duas pessoas se encontrarem por acaso assim.

Ei, é o Ben. Sullivan vai ouvir sobre isso."

Eles tinham que estar falando sobre Walker e eu. Mas porquê? Eles nem queriam que eu soubesse que Walker estava na Terra por algum motivo. Eles carregaram meu corpo inconsciente até a outra nave e me prenderam lá. Eles até disseram tchau.

"Tenha uma viagem segura, Ben. Hahaha"

Ben. Como se eles me conhecessem. Eu ouvi a gravação de novo. E de novo. Eu fiquei sentado ouvindo. De novo. E de novo.

Eu passei minha carreira trabalhando pra essa gente. Cortando fotos, editando séries de matérias, fazendo tragédias parecerem um pouco menos trágicas e histórias heroicas um pouco mais inspiradoras. Eu pegaria qualquer história que eles me dessem e as faria mais agradáveis para as massas. E para ser honesto, eu sempre estive de acordo com isso no fim das contas. Até mesmo nesta história, depois de todas as acusações de atrocidades, todos os buracos vazios em fatos que eu supostamente deveria ignorar… eu ainda queria acompanhar.

Eu queria poder dizer que meus princípios eram padrões morais, mas não eram. Era o meu orgulho.

Ouvir aquela gravação, o jeito com que eles me chutavam de lado todas as vezes em que me chamavam de Ben?

Olhei o relógio. Eu ainda tinha algumas horas para mandar os arquivos para Sully se eu ainda quisesse que ele me mantivesse no radar para a história.

Eu cancelei a transferência. Eu ia tirar aquele tempo pra mim mesmo. Eu sentei na frente deste mesmo microfone, gravei uma pequena introdução e atualizei o começo da minha história. A história real do Master Chief, a continuação e tudo mais pela galáxia.

"Tenha uma viagem segura, Ben."

Por favor me acompanhe no próximo episódio da Caça à Verdade.[/spoiler]

Créditos pela tradução para o usuario Felipe Eleno do site HaloProjectBrasil

Anônimo
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