Entrevista: diretor da Big N fala sobre o fim das ações no Brasil
A Nintendo encerrou momentaneamente suas atividades no Brasil, medida tomada para que a empresa busque um novo modelo estratégico para o país. Para entender o que vai acontecer a partir de agora, entrevistamos em primeira mão Bill van Zyll, diretor e gerente geral para a América Latina da Nintendo of America. Veja os principais trechos da conversa.
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Em 2011, o braço brasileiro da Latamel se tornou Gaming do Brasil para estimular o relacionamento entre a Nintendo e seus fãs. Vimos essa melhora acontecer, mas agora o contrato com a Gaming subitamente se encerrou. O que deu errado?
O Brasil possui um mercado único, complexo e com alta carga tributária. O modelo atual era insustentável. O encerramento do contrato foi algo que se desenvolveu com o tempo. A situação foi gradualmente se complicando, até que não vimos outra saída: um recuo estratégico para reavaliar como faremos nossa abordagem daqui para frente.
Se o modelo atual é insustentável, não seria o momento da Nintendo tentar uma nova abordagem, como fabricar seus jogos em território nacional?
Realmente consideramos fazer isso. Entretanto, a falta de tempo não nos permitiu analisar como isso seria executado. Então, resolvemos postergar essa abordagem.
A partir de agora, como poderemos comprar os jogos do Wii U? A Nintendo eShop brasileira do console não está disponível.
Ainda não possuímos uma data para a abertura da loja virtual no Brasil. Porém, estamos trabalhando para que isso aconteça o quanto antes. Enquanto isso, a Nintendo eShop do Nintendo 3DS continua funcionando normalmente, sem alterações nos preços.
E quanto aos grandes lançamentos de 2015, como The Legend of Zelda: Majora's Mask 3D, Mario Maker, Star Fox e Xenoblade Chronicles X?
Sentimos muito pela situação desconfortável. Sabemos que existem lançamentos de muito peso a caminho. Tentaremos ser pontuais em trazer os games para o Brasil através da Juegos de Video Latinamérica [distribuidora panamenha que é proprietária da Gaming do Brasil]. Entretanto, não podemos garantir nada no momento, já que ainda estamos estudando como fazer isso.
Com o encerramento da Gaming, há conversações com outras distribuidoras no Brasil?
No momento não há outra empresa nos planos. Continuaremos trabalhando com a Juegos de Video Latinamérica na América Latina, então é possível que seja através dela que retornemos.
Por quanto tempo ficaremos sem a presença da Big N por aqui?
Considerando os empecilhos atuais que nos impedem de manter uma situação sustentável, não temos nenhuma prévia de quando voltaremos. Só podemos prometer que queremos estar de volta o mais rápido possível!
Como fãs, devemos nos preocupar com o futuro? O que você pode dizer aos nintendistas?
Agradecemos demais por todo seu apoio e sua paixão. Os nintendistas brasileiros são apaixonados como nenhum outro, e foi uma decisão difícil ter de fazer esse recuo. Se fosse só por vocês, com certeza ficaríamos.