'Ainda podemos incluir os brasileiros no Fifa 15', diz representante da EA Sports no Brasil

Nesta quarta-feira começa em São Paulo uma das maiores feiras de videogame do mundo, a Brasil Game Show, com duração de cinco dias. E um dos destaques do público que frequentará o evento é o game Fifa 15, da EA Sports. No mercado brasileiro, o jogo tem 65% de participação de mercado entre do segmento esportivo com expectativa grande de crescimento para os próximos anos.

No Brasil, quem tem os direitos de distribuição e marketing da EA Sports é a unidade brasileira da Warner Bros., cujo diretor de produtos de games, Daniel Landi, conversou com exclusividade com o LANCE!Net e falou sobre o Fifa, um dos jogos de videogame mais vendidos no mundo.

Como você avalia o jogo Fifa 15 no mercado brasileiro?

O Fifa é o produto mais vendido no Brasil e continua como líder. Temos um concorrente muito forte no país mas mesmo assim nossa participação de mercado é de cerca de 65% no segmento Esporte. A expectativa de crescimento para o mercado de games como um todo para este ano é de 11%, sendo que até julho a alta registrada era de 17%. Nossa expectativa é crescer nesses patamares ou acima dessa média. Outro grande concorrente que temos no Brasil é o mercado paralelo. Por isso que apostamos muito na dublagem e legenda voltadas para o mercado brasileiro para combater a pirataria.

Como são essas iniciativas voltadas especificamente para o mercado brasileiro?

A localização do game, como chamamos essas adaptações para um determinado mercado, foi fundamental para atingirmos o crescimento atual no Brasil. Um exemplo disso foram as narrações do Tiago Leifert e do Caio Ribeiro, que fazem um grande sucesso no mercado brasileiro.

Como o Brasil está posicionado na estratégia de crescimento da EA Sports?

Os investimentos estão alinhados com o escritório no exterior, mas há uma verba grande destinada ao Brasil para realizar essas iniciativas como narrações locais, trilhas nacionais para os jogos, como as de Marcelo D2 e Emicida, ações de marketing, etc. O Brasil é visto como um mercado futuro e com enorme potencial de crescimento ao lado de México e Rússia.

Qual o diferencial do game Fifa?

O grande lance da EA Sports com a franquia Fifa é a autenticidade, com jogadores com características idênticas aos atletas reais, uniformes das mesmas cores e atualização com o que ocorre na realidade. Um bom exemplo é o do uruguaio Luís Suárez, que foi suspenso pela Fifa dos gramados e também está fora de jogo no game. Assim que ele voltar a jogar nós atualizamos o game. E diferente de outros jogos, o Fifa agrega um público bem amplo.

E qual o impacto da ausência dos jogadores brasileiros no Fifa 15?

É muito ruim. Todos nós queríamos mas há uma questão legal, de direitos de imagem com os jogadores que não está resolvida. O entrave é que os contratos dos atletas de todo o mundo eram cobertos por uma entidade denominada FIFPro. Mas neste ano os brasileiros deixaram de ser representados por esta associação. Já com os clubes está tudo certo.

Mas há a possibilidade de haver uma negociação ainda?

Sim. No momento estamos procurando com quem negociar. O grande problema é que não há nenhuma entidade que represente juridicamente os jogadores brasileiros, e a saída seria negociar com cada um mas são mais de 600 atletas. Queremos negociar um contrato coletivo mas não sabemos como ainda, se com os clubes, com os empresários. Como no exterior, no Brasil não existe uma liga e isso dificulta muito. Sempre foi mais difícil fechar contratos no Brasil do que no exterior.

Caso essa questão seja resolvida, os jogadores brasileiros poderão entrar no Fifa 15?

Não há problema quanto a isso pois já está tudo pronto, tudo gravado. É só atualizar o jogo.