Xbox, the One: para mudar cenário, Microsoft ofereceu US$ 25 bilhões pela Nintendo

#Artigo Publicado por Anônimo, em .

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Uma oferta dessas ainda não chega tão perto dos 80 bilhões de dólares que Rupert Murdoch ofereceu à Warner, mas é um belo negócio a ser considerado.

Aliás, se pudermos resumir o mais forte motivo para a SEGA cair fora do mercado de consoles em uma única palavra, seria Microsoft. A empresa vizinha da Nintendo de Redmond tinha (e ainda mantém) um gigantesco poder de marketing e, literalmente, bilhões de dólares em dinheiro vivo à disposição. Tal dinheiro foi suficiente para convencer diversas grandes editoras e desenvolvedores a lançar diversos jogos multiplataforma e até alguns exclusivos para seu Xbox.

"Se Hiroshi Yamauchi ligar, ele deve ser transferido diretamente pra mim", disse Bill Gates.

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Bill Gates e Hiroshi Yamauchi já tiveram um projeto conjunto em 1996 (Crédito: Semana / BBC Mundo)

De acordo com o livro Opening the Xbox: Inside Microsoft's Plan to Unleash an Entertainment Revolution de Dean Takahashi, o então CEO da Microsoft Bill Gates estaria disposto a pagar 25 bilhões de dólares para que a Nintendo fosse desenvolvedora exclusiva do Xbox. O primeiro mesmo.

Uma proposta inicial, entre US$ 5 a 6 bilhões, era que a Nintendo of America publicasse os jogos com exclusividade no console da Microsoft nas Américas. Ou seja, tanto o Gamecube europeu como o japonês continuariam no mercado sendo abastecidos com jogos da Nintendo enquanto nas Américas os jogos da Nintendo estariam somente disponíveis no Xbox. Isso mesmo, nada de Gamecube nos Estados Unidos.

Alguns executivos da Nintendo acharam a ideia excelente: o então presidente da Nintendo of America Minoru Arakawa não sabia o que fazer com a oferta inicial da Microsoft.

"Fiquei estupefato, nós não esperávamos todo aquele dinheiro, pensei que fosse algum trote." - Minoru Arakawa

Ele achou que tal proposta não deveria ser ignorada, então houve uma série de vários encontros entre os principais executivos das duas empresas. Aí no último encontro, a Microsoft aumentou a oferta, até demais: ofereceria mais de 20 bilhões de dólares pela Nintendo toda ser desenvolvedora Microsoft.

Minoru Arakawa fez o que qualquer um teria feito: chamou o sogro para resolver a situação. Hiroshi Yamauchi, presidente da Nintendo, então veio do Japão aos Estados Unidos para falar mais uma vez com o Bill Gates. Era janeiro de 2000.

"Embora possamos ser parceiros futuramente, nossos objetivos são diferentes. Agradecemos gentilmente a oferta, mas se depender de mim a Nintendo continuará como uma empresa independente." - Hiroshi Yamauchi

O tio Laguna fica a imaginar um cenário onde ao menos a proposta inicial da Microsoft tivesse sido aceita: provavelmente o Gamecube teria feito o mesmo relativo sucesso no Japão, mas talvez a situação do console se complicasse na Europa. Enquanto isso, o Xbox conseguiria talvez uma posição de 2º colocado da 6ª geração um pouco mais confortável ante o todo poderoso PlayStation 2 nos Estados Unidos.

Supondo que o acordo se mantivesse no Xbox 360, muito provavelmente tanto a Nintendo japonesa como a europeia pressionariam a Nintendo of America a desfazê-lo por conta do sucesso do Wii. Caso contrário, aí teríamos um cenário onde ou a Nintendo of America influenciasse positivamente no desenvolvimento do Kinect ou mesmo teríamos um Super Mario Galaxy em alta definição usando os controles tradicionais no Xbox 360.

A grande conseqüência real da oferta recusada pela Nintendo foi a tomada hostil aquisição da Rare pela Microsoft: esta comprou os 51% das ações que pertenciam aos irmãos Tim e Chris Stamper e a japonesa se viu obrigada a vender o restante.

Considero que a atual Rare é o navio de Teseu da indústria de jogos: ela foi tendo seu pessoal substituído gradualmente com o passar dos anos e embora hoje tenha, acredito eu, talentos semelhantes aos que participavam no desenvolvimento de jogos Nintendo, virou algo completamente diferente embora a Microsoft mantenha em teoria todas as propriedades intelectuais da Rare.

A Rare da vez seria a Nokia, mas deixa pra lá...

Anônimo
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