Pesquisa do BNDES mostra o potencial do mercado de games no Brasil
O governo brasileiro parece ter começado a dar a atenção a indústria de desenvolvimento de games no país. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou nesta quarta-feira uma pesquisa que mostra o estado da indústria digital de jogos no Brasil, apontando suas características particulares, necessidades e, o mais importante, as políticas públicas para que o setor possa receber benefícios do banco, que ainda não tem nenhuma linha de crédito específica para o desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Entretanto, o fato de existir a pesquisa, que levou um ano para ser feita pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), não significa que o BNDES criará linhas de investimento para o setor.
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Mesmo assim, o fato da pesquisa existir já mostra o interesse do governo em começar a investir na área, gerando empregos e aquecendo a economia. Partes do estudo, disponível no site do banco, contam a história dos videogames, como funciona o desenvolvimento de um jogo desde sua parte conceitual até como os desenvolvedores ganham dinheiro e, além de servir para o governo, vale para consulta de empresas e investidores interessados na área.
Uma das principais conclusões da extensa pesquisa, e que não é novidade para quem consome games, o Brasil, embora seja o quarto mercado consumidor do mundo em jogos de videogame, está muito atrás de seus concorrentes.
São considerados rivais em grandes países produtores e exportadores e que possuem políticas públicas, mesmo que mínimas, de games como Estados Unidos, Canadá, França, Coreia do Sul e China.
A pesquisa aponta que concorrer contra esses países de igual para igual, lançando jogos para consoles como Xbox 360 ou PlayStation 3 e para PC, não seria o investimento correto. "A distância que o Brasil tem dos líderes do setor é muito difícil de ser alcançada. O mercado brasileiro não é tão maduro e estabelecido quanto os outros países e se inserir nele não seria algo simples e barato", explica Davi Nakano, vice-coordenador da pesquisa.Ele também explica que há chances de o mercado de games seguir o de animação no país, que conseguiu se desenvolver e alcançou qualidade global.
O estudo identificou 133 empresas que desenvolvem games no Brasil e que a indústria de jogos digitais local é bastante heterogênea e não se difere de startups e de empresas que criam aplicativos. Elas são pequenas e para conseguir colocar suas criações no mercado precisam de auxílio por meio de políticas públicas.
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1- Desenvolver indústria de jogos competitiva e inovadora
2- Capacitar profissionais para criar, gerenciar e operar empresas de games
3- Promover acesso a financiamento que permita crescimento e competividade
4- Gerar ambiente de negócios que permita o crescimento sustentado
5- Gerar demanda por meio de compras públicas.
O que precisa melhorar.
Além de identificar a indústria de jogos digitais brasileira, o estudo do BNDES apontou o que o setor precisa melhorar. Um dos pontos é fazer com que as empresas do país criem mais propriedades intelectuais, ou seja, jogos próprios que possam virar franquias para serem comercializados nacionalmente e internacionalmente. Outro ponto é melhorar a qualidade profissional tanto na formação quanto na oferta de empregos.
Entre as soluções para a melhoria do mercado estão a criação de prêmios e concursos de games originais; ajuda para a criação de demonstrações e protótipos; programa de avaliação que seria feito por especialistas para ver se os títulos, mesmo em protótipos, possam ser comercializados; apoio e financiamento para desenvolver essas "demos"; chamadas especificas para jogos usando programas de governos existentes e usados em outras áreas audiovisuais; criação de um programa para atrair e reter produtoras internacionais do setor no país; e realização de eventos que aproximem estes desenvolvedores e as empresas interessadas. O ponto mais importante é a criação de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Jogos Digitais.
Embora o levantamento do BNDES não garanta investimentos na área, os coordenadores insistem que a pesquisa é uma apresentação do mercado de games para o governo, investidores e interessados, eles acreditam na promessa de que ele pode ajudar a economia nacional com a venda dos jogos localmente e internacionalmente e com a geração de empregos.
Os coordenadores acreditam que a capacidade de crescimento da indústria de games em âmbito internacional é "muito superior à de outras indústrias" e que "é um mercado de futuro". Antes de alcançar a competitividade, contudo, o mais importante, segundo o estudo, é criar capacitações para posicionar o mercado brasileiro nos próximos anos.
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1- Prêmios e concursos de jogos digitais originais.
2- Subvenção, com pequenos aportes, para desenvolvimento de demos e protótipos
3- Programa de avaliação por especialistas da viabilidade comercial de protótipos
4- Apoio e financiamento de desenvolvimento de protótipos originais até a comercialização
5- Criação de programa de atração e retenção de empresas internacionais do setor
6- Realização de chamadas específicas para jogos usando programas existentes
7- Subvenções com exigência de contrapartida para empresas em consolidação
8- Realização de eventos para aproximação de desenvolvedores e empresas
9- Empréstimos para contratação de consultorias de suporte.
10- Criação de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Jogos Digitais.