Lançamento: 1989
Geração: 8 bits
Ecrã: 160 x 144 píxeis
Processador: Sharp LR35902 - 4,19 Mhz
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O final dos anos 80, a liderança da Nintendo no mercado dos videojogos era incontestável. A NES (Nintendo Entertainment System) tinha sido responsável pela revitalização da indústria após o "crash" de 1983, e a sua linha de jogos portáteis Game & Watch continuava a vender bem. Porém, quando comparados com outros jogos, em particular com os das consolas caseiras, os jogos da série portátil já não conseguiam ser competitivos, e foi por isso que a Nintendo pediu a Gunpei Yokoi que reinventasse o conceito de consola portátil.
Yokoi, falecido em 1997 num trágico acidente de viação, ficou famoso não só pela criação de algumas das consolas portáteis mais icónicas de sempre, mas também pela criação do conceito "Kareta Gijutsu no Suihei Shikou", que numa tradução liberal significa "pensamento lateral no uso de tecnologia antiga". Por outras palavras, Gunpei Yokoi privilegiava o uso de tecnologia madura de forma inovadora, em oposição à utilização de tecnologia de ponta de forma tradicional. Este conceito, que ainda recentemente se revelou uma fórmula vencedora com a Nintendo DS e com a Wii, esteve na génese da criação da Game Boy.
Gunpei sabia que se tentasse criar uma consola com tecnologia de ponta, o processo de desenvolvimento seria complexo, demoraria mais tempo e seria mais caro para o consumidor final, situação que iria limitar logo à partida o mercado para a nova consola. Com isto em mente decidiu criar uma máquina com tecnologia mais barata, mas que lhe permitisse realizar a sua visão de portabilidade e versatilidade. Foi assim que a Game Boy herdou um humilde processador de 4,19 MHz, um ecrã com uma resolução de 166 por 140 píxeis com uma paleta de cores limitada a quatro níveis de cinzento (ou verde, para ser mais exato) e o D-Pad, outra das tecnologias inventadas pelo próprio Gunpei Yokoi para a série Game & Watch e que ainda hoje existe nas consolas mais recentes.
A Game Boy teve o seu protótipo revelado a público em 1987, e diversos estúdios começaram de imediato a produzir jogos para a nova portátil. No entanto, foi graças ao esforço e visão do holandês Henk Rogers que a portátil encontrou o noivo ideal para o casamento perfeito... Tetris. Na altura, Henk, um velho conhecido da Nintendo, era um jovem empresário que conseguiu os direitos de Tetris junto da União Soviética e convenceu o então presidente da Nintendo America, Minoru Arakawa, que Tetris seria o melhor jogo para lançar junto com a nova consola portátil, em detrimento da escolha original de Arakawa, Mario.
120 MILHÕES DE CONSOLAS
O sucesso desta parceria foi tão grande que para muitas pessoas a Game Boy e Tetris tornaram-se sinónimos um do outro, e as vendas da consola falam por si. Com aproximadamente 120 milhões de consolas vendidas em todo o mundo, a Game Boy assume-se como a terceira consola mais vendida de sempre - superada apenas pela PS2 e pela DS.
Ao longo da sua vida útil, a Game Boy teve diversos concorrentes, sendo os mais fortes a Atari Lynx e a Sega GameGear. Apesar das duas máquinas serem mais poderosas que a Game Boy, nenhuma delas conseguiu ameaçar a proeminência desta no mercado. A resiliência da Game Boy face à concorrência deve-se a três grandes fatores: o primeiro é a vasta biblioteca de software que estava recheada de títulos de qualidade, o segundo o preço, e por último a duração das pilhas (entre 10 a 14 horas para quatro pilhas AA na Game Boy contra as quatro horas para seis pilhas AA da GameGear).
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A Game Boy teve diversas versões, como é costume da Nintendo. Em 1996 foi lançada a Game Boy Pocket, mais leve e pequena que a consola original e que funcionava com apenas duas pilhas AAA. Mais tarde, em 1998, saiu a Game Boy Light, uma versão onde se destacava o ecrã retroilumindado, mas que utilizava a tecnologia da máquina original. A Game Boy ainda teve duas evoluções tecnológicas: a versão Color lançada em 1998, e a versão Advance em 2001, antes de a portátil ter sido substituída pela DS em 2004.
