Grand Theft Auto V foi o game mais caro (em termos de produção) da história; também o que obteve o maior orçamento de marketing. Como resultado: as vendas fantásticas. Agora o previsível: pela primeira vez, a franquia da Eletronic Arts desbancou Pro Evolution Soccer na preferência dos fãs brasileiros. Os resultados da GfK Consultoria compila apenas as vendas de grandes redes varejistas, mas se somados também os números de lojas menores, do interior e regiões como a Sta. Efigênia em São Paulo, o estrago é ainda maior.
Pequenas e médias lojas de grandes centros comerciais Brasil adentro já vendem Pro Evolution Soccer 2014 a menos de R$ 70, o chamado preço de custo e fictício onde se culpa a carga de impostos. Os revendedores formam um verdadeiro cartel com as distribuidoras, chutando o preço lá em cima. O game, mesmo em seu lançamento, geraria uma margem de lucro de 30% (excelente margem) se fosse posto a venda a R$ 120,00 por exemplo.
Mundialmente, Pro Evolution Soccer 2014 atingiu apenas no fim de Dezembro a marca do primeiro milhão de cópias, enquanto seu concorrente já ultrapassa facilmente a marca das 10 milhões de cópias. As vendagens pífias na América Latina, onde se esperava menos choro pelas falhas do jogo caíram como uma bomba na KONAMI. Vendas na Argentina, Chile e México também ficaram muito abaixo das expectativas.
O ano de 2013 foi generoso com FIFA 13 e FIFA 14, razoável com Pro Evolution Soccer 2013 e uma madrasta má digna dos mais tenebrosos contos de fada com a versão 2014 do game da desenvolvedora japonesa.
A KONAMI já trabalha com a certeza de que o game não chegará ao segundo milhão de unidades.
Mas o pior pesadelo japonês neste momento não é a insatisfação com o game ou as baixas vendagens. A KONAMI recebeu nesta semana dados que trazem o cenário mais temido por ela: o dos fãs que pularam o muro e gostaram do que viram, que trocaram PES por FIFA. A KONAMI contava com uma certa perda de fãs para a rival, algo inevitável após o acúmulo de problemas com as últimas versões de PES, a falta das ligas da Inglaterra e Alemanha e um serviço online tão instável, entre tantos outros problemas.
Mas a hostilidade contra a empresa na internet, comunidades antes fiéis a franquia sendo abandonadas e uma engine problemática para gerar o sucessor de PES 2014, além da não disponibilização do game para o XBOX One, colocam a produção do game num beco sem saída e sem argumentos para convencer os investidores a continuar colocando dinheiro na franquia após a versão deste ano: PES 2015.
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Se há um lado positivo nesta história, é que a KONAMI realmente está cumprindo a palavra em chutar o traseiro de muitos e renovar a equipe que compoe a PES Productions. Diversos já ganharam o bilhete azul e já passaram pelo RH da empresa. Se serve de consolo, a rival EA começou a virada para tornar FIFA o gigante que é hoje, quando vivia uma situação ainda pior do que a KONAMI vive com PES hoje.
Marc Aubanel, produtor assistente de FIFA desde os tempos de FIFA International Soccer só faltou se ajoelhar para os chefões da EA pedindo uma segunda chance para um game que na época vendia menos de 200 mil unidades por ano enquanto PES reinava absoluto.
Bem, que a KONAMI se baseie no exemplo da rival para se erguer novamente. Chutando a bunda de um bando de vagabundos que só mamam nas tetas da empresa já é um excelente começo.
