Como a Microsoft se perdeu e nos Confundiu na revelação do Xbox One

#Artigo Publicado por Anônimo, em .

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A confusão reina após a revelação do Xbox One na tarde de ontem. Uma rápida olhada nos principais sites internacionais de jogos, podemos encontrar uma enorme quantidade de matérias que se contradizem, sejam elas sobre a obrigatoriedade da internet no novo console, ao compartilhamento de contas e utilização de jogos usados.

O evento que revelou o Xbox One foi bastante direto - este é o nome, este é o design, isso é o que ele faz e é assim que ele mudará a sua vida - mas, na tentativa de passar uma mensagem direta e clara, muitas informações cruciais foram esquecidas e criou-se uma enorme quantidade de especulações e confusão sobre o novo console. O Xbox One deveria ser compreendido facilmente, uma solução tudo em um, mas a mensagem da Microsoft é indefinida e incoerente.

Eu sinceramente não sei para quem o Xbox One foi criado. Seria ele uma caixa de entretenimento que roda jogos, ou um console de jogos que possui uma enorme quantidade de funções de entretenimento? A Sony foi extremamente clara em sua mensagem quando apresentou o PlayStation 4 no início deste ano: trata-se de um console de jogos, desenvolvido para os jogadores e produtores de jogos, mas que também possui outras funções. Nos primeiros trinta minutos da revelação do novo Xbox, eu estava em dúvida se aquilo era realmente um videogame, pois parecia mais um sistema para controle de TV ao vivo como uma interface muito rápida e bacana e com conexão com a internet.

Não existe nada errado como um produto como esse - se ele funcionar como mostrado no evento, será um produto incrível - mas é confuso para todos que ainda veem o Xbox como uma marca de videogame. Anunciar um novo console de jogos e não mostrar praticamente nenhum jogo, salvo por Call of Duty: Ghosts, jogos de esporte da EA, um trailer em CG de Forza Motorsports 5 e um teaser do novo jogo da Remedy, é muito pouco e deixa os jogadores confusos.

A Microsoft deixou claro que está guardando diversas coisas para a E3, mas esta é uma decisão muito estranha. Porque revelar metade do console agora e a outra metade daqui três semanas? A marca Xbox é baseada em jogadores e foram eles, não os consumidores comuns, que estavam ligados no evento de ontem. A Microsoft falou que jogos são fundamentais para o seu negócio, mas ao mesmo tempo eles não mostraram praticamente nada para suportar este discurso.

O verdadeiro emaranhado de dúvidas ficou por conta das funções cruciais do console, que não foram faladas na apresentação: sua especificação técnica, a necessidade de internet e a utilização de jogos usados. Apesar de não ser um técnico em computação, gosto bastante de conhecer o que está dentro do aparelho que eu compro. No caso do Xbox One, quando comparamos suas especificações - reveladas depois do evento - com o PlayStation 4, podemos ver que ele está bastante atrás em alguns quesitos:

XBOX ONE

GPU Cores: 768

TFLOPS: 1.23

Memória: 8GB 2133MHz DDR3

Banda da Memória: 68.3 GB/s

Playstation 4

GPU Cores: 1152

TFLOPS: 1.84

Memória: 8GB 5500MHz GDDR5

Banda da Memória: 176.0 GB/s

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Na questão da obrigatoriedade da internet, as informações não foram vagas, mas completamente contraditórias, como relatei hoje pela manhã. Primeiro, Don Mattrick disse que o console não precisava estar sempre conectado, depois o FAQ Oficial da Microsoft disse que o console "não precisa estar sempre conectado, mas uma conexão com a internet é obrigatória". Depois, Mattrick voltou a falar sobre o assunto e disse que "o console foi criado para estar conectado, como pudemos ver no evento e que, tomando ele como base, você vai querer deixar o console conectado, podendo usufruir de todos os seus benefícios. Mas, se por acaso a internet cair, você poderá continuar jogando seus jogos, assistindo seus filmes e vendo TV". Se isso já não bastasse, Phil Harrison, outro executivo da Microsoft, entrou no assunto e disse que "após 24 horas sem conexão coma internet, o console deixará de funcionar".

De toda esta confusão, existem duas conclusões possíveis: ou todos os executivos da Microsoft não sabem absolutamente nada sobre o assunto, ou eles não conseguiram ser claros na transmissão de sua mensagem, deixando o assunto vago e os jogadores com muitas dúvidas. Mas, ambas são vistas de forma estranha, visto que vieram de uma empresa totalmente treinada em seu marketing. Em todo caso, o fato que durante o evento, nenhum executivo entrou no assunto, mostra que eles estavam esperando que ninguém fosse falar sobre a obrigatoriedade da internet, uma estratégia não muito inteligente quando você está tentando tornar algo não muito popular obrigatório.

Outro assunto que não agrada os jogadores e que não foi abertamente discutido pela Microsoft é a questão dos jogos usados. Depois de algumas horas de vai e vem de informações relacionadas a utilização de jogos em consoles de amigos, compartilhamento de jogos na conta de seus familiares, necessidade de instalação dos jogos no HDD e verificação do disco com a conta do usuário na Xbox Live, a Microsoft eventualmente disse que "nós apenas confirmamos que o Xbox One foi criado para permitir a troca e a venda de jogos usados. Além disso, nada foi confirmado, especialmente em cenários específicos". Microsoft, isso não é o suficiente!

A melhor forma de falar sobre esses assuntos críticos seria deixa-los transparentes e exemplificados para o público, com muitos detalhes. A Microsoft fez o contrário, não falou nada abertamente e quando questionada - através de seus executivos - criou uma enorme confusão de informações que se contradisseram. Isso mostra um gerenciamento de informações extremamente pobre, algo inesperado para uma empresa do porte da Microsoft. Foi nos mostrado muita visão, mas poucos detalhes. Neste momento, o Xbox One é um console sem alma e sem forma, mesmo com seu design tendo sido apresentado.

A última vez que vimos este tipo de coisa acontecer, foi na revelação do Wii U em 2011, na conferência da Nintendo na E3. Na ocasião, a empresa preferiu mostrar o controle do console e não disse nada sobre as especificações técnicas do aparelho, deixando muitas dúvidas no ar e informações incompletas.

Já a Microsoft está enfrentando um conjunto diferente de possíveis equívocos: não é para jogadores, não é tão potente quando o PlayStation 4, não permitirá que você use jogos usados sem pagar uma taxa, não deixará você jogar sem conexão com a internet, entre outros… Se essas questões não forem revistas e respondidas com clareza pela Microsoft, o lançamento do Xbox One será em uma atmosfera cheia de dúvidas e confusões.

Para a E3, a responsabilidade da Microsoft aumentou e caberá a ela mudar a imagem negativa deixada na revelação do Xbox One.

Anônimo
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