O estranho relacionamento da Nintendo com as third-parties

#Artigo Publicado por Anônimo, em .

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Como todo mundo está careca de saber, no início dos anos 1980, a indústria dos jogos eletrônicos passou por um período de trevas, sendo decretado, por alguns, o fim da era dos videogames.

Eis que, em meio a todo esse pessimismo e quebra real da indústria, veio do Japão, através de uma companhia que começou como editora de jogos de cartas hanafuda, a salvação.

A Nintendo, conforme consenso geral, foi a grande fênix que deu o empurrão necessário para acabar com a velha forma de se fazer videogames e definir o padrão de como se os faria dali em diante. Dominou 90% do mercado de jogos na era 8bit, e mais de 50% desse mercado, na era 16 bit (tanto que a palavra videogame quase chegou a ser substituída por "Nintendo", tal qual ocorre com as "lâminas de barbear" e a Gillette).

Tendo isso em vista, era a Nintendo que ditava as regras e quem quisesse ver seus jogos publicados, deveria se submeter a suas vontades. Era como o slogan da Nintendo dizia: "É Nintendo ou Nada".

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Hiroshi Yamauchi - era o chefão da Nintendo e quem dava a palavra final sobre os rumos da empresa e o que publicar para suas plataformas Entre as companhias japonesas, parece que não houve maiores desgastes, em função dessa política, mas, quando empresas ocidentais começaram a se interessar pelo sistema da Nintendo, os atritos começaram.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo

A Eletronic Arts tinha interesse em publicar seus jogos nas plataformas Nintendo (NES e SNES), desde sua gênese. Todavia, devido à rígida política de admissão de jogos da Nintendo, optaram por mover os esforços de sua linha "EA Sports" (embora ainda fossem, eventualmente, lançados seus games para o SNES) para a concorrente Sega, com seu então Mega Drive (Genesis).

Eis o depoimento de Bing Gordon que, à época, era chefe de criação da EA:

"A Nintendo operava próxima do monopólio. Eles tinham certa de 95% do mercado de consoles e eles o conquistaram isso porque assumiram um grande risco. Se uma Publisher quisesse se deitar com o NES, eles teriam que voar até o Japão, apresentar seu caso para o time de desenvolvimento do sistema e, se a Nintendo considerasse digno de interesse, só havia um acordo à mesa. A Nintendo iria vender à companhia o kit de desenvolvimento por um preço absurdo e depois que o game estivesse pronto, a companhia deveria encaminhá-lo para a Nintendo, que iria decidir se o jogo seria ou não distribuído e em que quantidade".

Outro caso emblemático do poder que a Nintendo exercia sobre as third-parties que queriam ver seus jogos em suas plataformas, é o da Midway, com seu Mortal Kombat "sem sangue" no Super NES.

Esse controle sobre a qualidade e conteúdo dos jogos, claro, não significou a inexistência de jogos ruins, mas, em sua maioria, criou um abismo qualitativo entre os jogos lançados nos consoles da Big N e no dos concorrentes.

Os leitores hão de se lembrar que a era 16 bit foi marcada pelas diferentes versões dos mesmos jogos para o SNES e para o Mega Drive, já que a Nintendo fechava parcerias de exclusividade com companhias muito mais tradicionais e de qualidade, que a concorrência (bons tempos, não?).

A perda do domínio e o abalo na estrutura

A maior parte dos nomes das atuais grandes companhias de jogos está escrito no rol de publicadoras fiéis à Nintendo, isso nos anos 80 e 90. Todavia, se olharmos hoje, para 10 anos atrás, temos um cenário bastante diferente.

A partir da ascensão da era 32/64 bit, o mercado de jogos mudou, especialmente para a Nintendo.

A Sega lançou seu Saturn - que não emplacou (e com seu fantástico Dreamcast, fechou suas portas para a produção de hardware) - outras tentaram estabelecer consoles primorosos, mas não receberam suporte, devido a sua baixa demanda. A Nintendo preparava seu N64, mas, quem pegou o vácuo nessa corrida e assumiu a liderança, foi a Sony (antiga parceira da Nintendo), com seu Playstation.

Apresentando uma política de publicação muito mais amigável e aberta - além de oferecer a mídia do disco compacto como alternativa bem mais barata que os cartuchos - a Sony conquistou o afeto das produtoras e recebeu uma enxurrada de jogos.

É claro que, sempre que se adota uma política muito aberta (vide o atual cenários de jogos "free" para smartphones), é recorrente a publicação de muita porcaria, mas seria ingenuidade dizer que a decisão da Sony foi errada, pois lhe trouxe muita coisa boa e, mais importante, a liderança do mercado.

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Na verdade, a Nintendo sentiu, e muito, o baque do êxodo das third-parties para a concorrência. Jogos como Final Fantasy, Metal Gear e Street Fighter, que eram "arroz de festa" nos consoles Nintendo, não deram as caras no N64 (havia um projeto de Final Fantasy, mas foi cancelado).

A mídia especializada dizia que o que afastava as third-parties da Nintendo era a sedutora proposta do CD, como mídia mais interessante que os cartuchos oferecidos pela Big N. Mas será que foi só isso mesmo?

A era 128 bit - problemas elevados ao cubo

Depois do apoio pífio das third-parties ao N64 (a Nintendo só aguentou bem o tranco, porque produziu conteúdo original e exclusivo de qualidade e teve o apoio de first-parties competentes como a Rare), a expectativa era de que o cenário mudasse com o Gamecube.

De fato, não dá para comparar o tamanho do apoio dado pelas third-parties ao GC e o N64. A leva de jogos third-party para o cubo foi massiçamente maior. Entretanto, isso não significou apoio na mesma extensão que a dada à Sony, com seu Playstation 2, que já estava no mercado há razoável tempo. Pior, e preocupante ficou a situação, quando vários jogos foram distribuídos para o recém chegado Xbox, da "iniciante" Microsoft, sem, contudo, receberem versões para o GC.

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Muitos jogos se tornaram multiplataforma, podendo a Nintendo participar de uma fatia, mas é inegável que os proprietários do console roxo sentiram falta de muita coisa que saiu (ainda que sem contrato de exclusividade) apenas para a concorrência.

O GC não ficou sem suas exclusividades advindas de third-parties, no entanto, novamente, não dava para comparar com a concorrência. A Nintendo, infelizmente, mais uma vez, ficou para trás.

A justificativa para esse cenário, dessa vez, era de que a Nintendo não havia recuperado suficientemente o mercado (na verdade, tinha regredido ainda mais, pois de 2º lugar, passou para 3º, quando o Xbox foi lançado), de modo que os jogos das thirds não teriam tanta visibilidade, portanto, não valeria o esforço em os portar.

O fator Wii de casualidade

Nova geração de consoles: PS3, Xbox360 e Wii no mercado. O Wii foi, disparado, o console mais vendido dessa geração e teve o apoio de inúmeras third-parties; a política de publicação ficou bem mais maleável; e a mídia era o DVD (de tamanho normal, como o dos outros, não mais mini-dvds, como no Gamecube).

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Isso significaria o maior número de jogos multiplataforma, da história, disponíveis no console branco da Nintendo, certo? Errado.

A Nintendo dominou o mercado, sim. Voltou ao topo e garantiu lucros que há muito não se via, mas isso não foi sinônimo de recepção dos mesmos jogos da concorrência (ignoradas as exclusividades).

Devido a seu baixo poderio gráfico (um pouco superior ao da geração anterior apenas), se comparado ao PS3 e ao Xbox360, bem como a o apelo "casual" do console, as third-parties lançaram, de fato, inúmeros jogos para plataforma, mas todos em tom de "festa".

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Os grandes jogos, das grandes franquias aclamadas pelo público, não vieram. No máximo, os jogadores ganharam "spin-offs", pois, ao que parece, o console branco da Nintendo não era digno de receber jogos da cronologia principal (sim Final Fantasy, é de você que se está falando).

Na meia-vida do console, o Wii foi transformado no abrigo dos relançamentos travestidos de "edições definitivas", que não passavam de ports, com leves melhorias (com relação a suas versões para consoles mais antigos) e ou adaptações para os controles por movimento disponíveis (com redução gráfica, quando o jogo original era para PS3 e X360) .

Isso foi ótimo para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar esses games mais antigos, mas o que se esperava eram jogos novos, originais ou, ao menos, parelhos aos da concorrência. Estes, porém, vieram a conta gotas.

A justificativa das third-parties, agora, era de que o downgrade gráfico não seria pertinente (dizia-se que o Wii não era um console de mesma geração do PS3 do X360), a Nintendo não teria um sistema "online" consistente e que o público do console não era "hardcore", de modo que não adiantaria lançar jogos desse tipo para o aparelho (A EA usou como exemplo a baixa venda de Dead Space "on-rails").

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Como já se esperava, a Nintendo teve de suprir esse hiato com jogos fantásticos, é verdade, mas de produção própria.

A next-gen finalmente chegou (?)

Eis que surge então o Wii U, como a nova reinvenção dos jogos eletrônicos. Agora o console está um pouco acima do nível gráfico da concorrência (ao menos até que lancem seus novos aparelhos), de sorte que pode rodar tudo que os outros fazem hoje. Além disso, tem plenas condições de oferecer, ainda que, eventualmente, de forma um pouco mais simples, o que os novos consoles rodarão.

Indo mais além, registre-se que o público que não gostava dos controles por movimento, não precisa mais se preocupar, pois controles tradicionais estão de volta e, para fechar o pacote, existe a possibilidade de se implementar controles por toque em tela, ou, simplesmente usar a tela adicional para não precisar usar mais a TV.

Agora a Nintendo apresentou sistema online consistente, desenvolvido com ouvidos nos anseios das third-parties, tudo para entregar a melhor experiência possível.

Perfeito. Tudo muito lindo. Agora vai, né?

Em princípio, pareceu que sim. No anúncio do novo console, as maiores companhias de software declararam seu amor pela Nintendo e anunciaram para o Wii U suas grandes franquias, inclusive jogos que já estavam em desenvolvimento para outras plataformas.

Até a EA - que se resumiu a lançar jogos de esportes, fitness e versões medíocres da franquia Need for Speed para o Wii - anunciou que voltaria em peso para o console trazendo até a badalada franquia de FPS "Battlefield". Um vídeo, inclusive, foi mostrado, na mesma E3 que mostrou a versão do jogo para os outros consoles.

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Outras companhias também cantaram a bola de que apoiariam o console recém-chegado e, o coro nesse sentido tinha total lógica, pois, agora, o terreno era mais parecido com que já estavam acostumados e seus jogos chegariam para a o console da companhia que dominou a geração passada.

Entrementes, como se percebe da line-up do Wii U, a promessa não se confirmou.

A EA lançou apenas Mass Effect 3 (port de um jogo que há muito foi lançado para a concorrência), Fifa 13 (e mais alguns esportes genéricos) e NFS: Most Wanted. Pior, cancelou o lançamento de Battlefield 3, anunciou o 4º episódio da série apenas para PS3 e X360 e, recentemente, quedou-se silente quanto a sequer uma versão de Fifa 14 para o console da Nintendo.

Jogos como Metal Gear Solid 5, Castlevania: Lords of Shadow 2, Tomb Raider, Dead Island: Riptide, Grand Theft Auto 5, Dark Souls 2, Bioshock: Infinite, Resident Evil 6, Devil May Cry, dentre tantos outros, e, mais recentemente, "The Evil Within" (da Bethesda) e Call of Juarez: Gunslinger (da Ubisoft) foram anunciados (alguns até já lançados) para PS3 e X360, mas não verão a luz do dia no console da Nintendo.

Por que isso? Essa é a pergunta que não quer calar.

Bem, quanto à EA é fácil dizer. A companhia queria, a todo custo, integrar o serviço de venda digital de jogos do Wii U ao Origin. A Nintendo não aceitou e, claro, a EA ficou furiosa e decidiu retaliar a companhia de Kyoto, negando-lhe todos os seus jogos.

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Mas o que não é fácil de compreender é o motivo para que as demais companhias deixem o Wii U de lado no momento do lançamento de seus jogos.

A Crystal Dynamics justificou a ausência de uma versão de Tomb Raider para o Wii U no fato de que o game já estava há muito tempo em desenvolvimento e não daria tempo de criar formas especiais de controles, para extrair todo o potencial do controle tablet.

As outras companhias, por seu turno, não se deram nem ao trabalho de dar uma resposta.

Tentando entender o problema

Se houver dedicada análise ao atual cenário, não há, a rigor, qualquer motivo plausível para as publishers ignorarem a existência do Wii U e anunciarem seus jogos para PS3, X360 e "consoles de nova geração" apenas.

Veja os exemplos da Ubisoft e da Activision. A Ubisoft lançou Assassin's Creed III para o Wii U, sem precisar reinventar a roda para o game funcionar no console. Para dar um ar de novidade no Wii U, em comparação com os demais consoles, lançou mão de fixar um mapa na tela do controle, ao passo que o restante se desenvolve na tela da TV, como em qualquer outro sistema. Possibilitou a jogatina off-TV, para dar ainda mais liberdade para o jogador. Nada disso, porém, indispensável.

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A Activision, com seu Call of Duty: Black Ops II, foi um pouco mais além e trouxe uma variedade enorme de possibilidades para os jogadores. Em CoD:BO II, é possível jogar com o Wii U GamePad - tanto na tela da TV quanto na tela do tablet -, ou com o Pro Controller, ou, ainda, com o Wiimote (inclusive mirando na tela do tablet).

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Como se percebe, com um pouquinho de dedicação é possível pegar um jogo que todo mundo tem e dar um ar de "diferente" no Wii U, sem que isso envolva milhões de dólares em despesas.

O que se pretende dizer com isso é que, agora, não há desculpas para não se ter lançamentos simultâneos ou contemporâneos de jogos multiplataforma no Wii U. Até onde se sabe (e pelo que se vê dos jogos), a Nintendo apenas disponibilizou diversas ferramentas que os programadores podem explorar livremente, mas não há obrigação de apresentar, em todos os jogos, as funções únicas do console (toque na tela ou uso de controles por movimento).

Qualquer jogo lançado para a concorrência, poderia, tranquilamente, ser lançado para o Wii U e, para fazer a diferença, disponibilizar a opção Off-TV. Não daria trabalho algum e todo mundo sairia feliz.

Mas não é o que se vê por aí. Jogos e mais jogos são anunciados todos os dias e a discussão da mídia especializada não se preocupa mais em se o jogo será bom ou não, mas se dedica a anunciar aos quatro ventos que não haverá suporte para o Wii U, jogando mais combustível nas já acaloradas (embora batidas) especulações sobre os rumos da Nintendo e potencial abandono da linha de hardware de mesa.

A situação começou a ficar alarmante quando a Sega anunciou o remake de Castle of Illusion para todos os consoles e até mesmo para PC, e deixou de lado o Wii U, de novo, jogando um balde de água fria naqueles que estavam felizes com o anúncio do remake de Duck Tales, que levou a comunidade nintendista a crer que jogos dessa natureza seriam vistos sempre no Wii U.

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Além disso, mais triste, e estranho, é ver o caminho inverso acontecendo. Jogos que seriam exclusivos do WiiU, agora serão multiplataforma, v.g., Rayman Legends. Ou seja, mesmo um jogo com atributos unicamente possíveis no Wii U é de conversão possível para os demais consoles, mas o inverso não (?).

Enfim, não dá para entender.

O "Dilema de Tostines" na casa da Nintendo

Pois bem, o único argumento ainda razoavelmente válido das companhias é de que não lançam para o Wii U, porque temem pelo seu insucesso (há quem o compare ao PS Vita). A Nintendo, por sua vez, se desculpa pelas fracas vendas iniciais, ante a falta de conteúdo constante, em especial das third-parties.

Como se observa, foi travado na casa da Nintendo o "Dilema de Tostines": "O Wii U vende pouco porque não tem apoio de third-parties, ou não tem apoio de third-parties porque vende pouco?".

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Aos poucos, a Nintendo vem melhorando seu desempenho nas vendas, tendo em vista a previsão de lançamento de grandes franquias domésticas que, reconhecidamente, impulsionam as vendas de hardware. Porém, nesse meio tempo, grandes jogos estão ficando para trás e, se portados posteriormente, vão transformar o Wii U em uma nova versão do Wii, cheio de jogos "edição definitiva" tardias.

É bem verdade que o Wii U pode ter a mesma sorte do 3DS, que começou fraco e agora, 2 anos depois de seu lançamento, é um portátil consistente e cheio de jogos incríveis (inclusive, como exemplo, há Resident Evil: Revelations que, devido à qualidade, agora será portado para os consoles de mesa HD). Todavia, será que o Wii U terá a mesma chance do 3DS?

O portátil da Nintendo se consolidou porque o PS Vita fracassou (está melhorando, mas agora parece já ser tarde demais), mas será que os novos consoles da Sony e da Microsoft darão alguma chance para o Wii-U se restabelecer, ou vão jogar, de vez, uma pá de cal sobre o assunto, colocando a plataforma da Nintendo, outra vez, na situação de console de "geração anterior"?

É difícil saber.

Sinceramente, neste texto só se poderá levantar dúvidas, pois, por não haver acesso aos bastidores dessas disputas, não há como apontar soluções.

Todos aqui amam a Nintendo e, certamente, vão se manter fiéis a seus consoles, pois não os adquirem para jogar o que os outros têm a oferecer, mas para desfrutar daquilo que só a Nintendo pode oferecer. Entretanto, não há como negar que é bastante frustrante ver, todos os dias, uma notícia sobre um novo jogo e ver o Wii U novamente excluído.

Sempre se acende uma chama de esperança, quando dizem "PS3, X360, PC e consoles de nova geração", mas será que o Wii U está nessa última categoria, aos olhos da indústria?

Além do mais, se o Wii U já tem nome, por que não o colocar, em vez de um genérico "consoles de nova geração".

Muitos podem dizer que também não há a indicação de PS4 na maioria das vezes, então não haveria porque se colocar o nome do Wii-U. Ouso, todavia, discordar dessa teoria. O PS4 ainda não foi lançado, agora o Wii U já está aí há 6 meses, então não se justifica a prática.

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Sinceramente, não há como saber quem é o culpado pelo que se vê hoje, se a própria Nintendo, por eventual prepotência de sua parte (herança da época de sua irretocável hegemonia), ou as third-parties, que, por preguiça ou retaliação aberta, preferem ficar no mundinho seguro que já habitam, preparando-se para a nova leva de Playstations e Xboxes, ignorando aquela que lhes deu abrigo no momento de necessidade (claro que isso não se aplica a todas as third-parties, pois muitas sequer existiam na época do crash dos jogos).

É melhor encerrar por aqui, esse texto deixa qualquer um deprimido, embora, conforme já apontado em outro artigo - recentemente publicado aqui no Wii Brasil - o Wii U não acabou e, provavelmente, vai se reerguer e se consolidar como um console memorável, com ou sem o apoio das third-parties. Mas, essa já é outra história.

Agora só me resta passar a palavra a vocês.

Anônimo
Anônimo