Escritor iraniano revela que Super Mario World o ajudou muito a superar os anos em que ficou foragido

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Era o ano de 1989, e um livro polêmico chamado The Satanic Verses causou revolta religiosa no Irã, o que fez com que o seu escritor, Salman Rushdie, fosse condenado à morte por autoridades religiosas do país através de um fatwa (sentenciamento legal). Ele se tornou um foragido, e neste período sombrio e amargo de sua vida que durou dez anos, Rushdie se viu forçado a trocar de esconderijo de tempos em tempos para não morrer. É neste ponto que o jogo Super Mario World entrou na vida do escritor, conforme ele relata em seu recente livro de memórias, Joseph Anton, como uma válvula de escape, uma maneira de exorcizar seus medos e de amenizar sua angústia. Seus livros e imagens de seu rosto eram queimados no Irã, e um grupo de assassinos havia sido contratado para exterminá-lo; Rushdie, contrariando sua esposa Marianne e incentivado pelo filho Zafar, mergulhava no universo de aventuras e heroísmos de Super Mario World, onde ele era o caçador, e não a caça.

"Marianne chegava e o repreendia por estar jogando videogames. Graças a Zafar, ele havia se afeiçoado a Mario o encanador e seu irmão Luigi e algumas vezes Super Mario World parecia uma alternativa feliz àquela em que tinha de viver o resto do tempo. "Leia um bom livro", dizia sua esposa com desdém. "Desista." Ele perdeu a calma. "Não me diga como viver minha vida", ele explodiu, e então ela o deixou.

Sozinho em Hermitage Lane, ele chegou ao fim de seu jogo Super Mario, derrotando o grande e malvado Bowser e resgatando a insuportavelmente rosa Princesa Toadstool. Ele estava contente por Marianne não estar ali presenciando seu triunfo."

Inspirado pela jornada épica através de um mundo onde cogumelos e flores concediam poderes a um simples encanador, tornando-o capaz de enfrentar qualquer desafio para salvar a bela princesa do Reino do Cogumelo, Rushdie escreveu dois livros infantis. Um deles carrega muitas semelhanças com os jogos da série Mario, e se chama Luke and The Fire of Life, onde um jovem rapaz, chamado de "Super Luka", deve salvar seu pai em coma usando suas 999 vidas para atravessar os mais variados e desafiadores níveis em busca do fogo da vida que despertará seu pai.

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Rushdie se diz fã dos videogames devido à sua estrutura não-linear, que permite aos jogadores explorar mundos do modo como quiserem, livremente. Ele revela que isso o inspira a criar suas histórias. Embora a sentença de morte já tenha sido suspensa há mais de dez anos, o governo iraniano se mantém hostil ao escritor, e não faz questão de esconder o desejo pela sua execução. Sendo hoje um dos maiores escritores do mundo, Salman Rushdie já demonstrou que sabe como contar belas histórias, e relacionar sua figura a um dos jogos mais amados do mundo, Super Mario World, é, embora surpreendente, algo mais do que digno.

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