Emicida elogia 'Max Payne 3' e vê difilculdade em retratar SP

#Notícia Publicado por LucasCarmo, em .

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O rapper Emicida é um dos poucos brasileiros que têm o privilégio de dizer que já deram uma olhada de perto em Max Payne 3, jogo da Rockstar que será ambientado em São Paulo. Ele é um dos artistas que estará na trilha sonora (com a música 9 Círculos) e viu de perto o título em Nova York, quando combinava com a empresa o trabalho que faria para o jogo de tiro.

"Max Payne é um grande jogo, e o terceiro está com alguns pontos revolucionários relativos à jogabilidade e aos gráficos. Eu tive a oportunidade de testar algumas cenas e vou te falar: está bem bacana", disse o cantor em entrevista ao Terra.

A São Paulo de Max Payne, pelos trailers, aparece meio "carioca". O paulista reconheceu que o trabalho de levar a cidade para os consoles não é fácil. "É sempre um desafio, principalmente para estrangeiros, tentar retratar a realidade da América Latina. É difícil até para nós, tudo aqui é muito complexo, somos ditaduras e revoluções encavaladas, violência e smartphones, amor, um povo sofrido, e isso é difícil de retratar, mas a coragem de abraçar isso é louvável", afirmou.

Emicida, em parceria com Nave e Casp, que produziram a batida, criou a faixa 9 Círculos que fala sobre os problemas de São Paulo, especialmente no quesito segurança, e não pega leve com políticos, citando, pelo nome, o prefeito Gilberto Kassab na letra. "A polícia aqui é violenta, preconceituosa e racista pra caralho ainda, nosso prefeito é o Kassab, que é visto como o pior de todos por uma parcela grande dos paulistanos. A música é um retrato do tempo em que se vive, a minha pelo menos passeia por tudo isso, tem uma missão e uma meta maior do que a de vender discos", afirmou.

O rapper agradou em primeira vista não só a nós, brasileiros que sofremos com estes problemas no dia a dia, mas também os estrangeiros que, no site da Rockstar, eram só elogios para a composição. Alguns até pediram para que Emicida fosse convidado para gravar faixas para GTA V, que também trata da criminalidade. "Nossa intenção, como sempre, era soar diferente, e conseguimos. Copiar o Jay-Z ou o 50 Cent era fácil, por isso fomos por outro caminho, quis ser mais Nação Zumbi, mais peso de tempero brasileiro. Pros gringos ela é uma aperitivo do que está por vir em termos de música brasileira, e nem falo somente por coisas que eu tenho produzido", disse.

O resultado do trabalho agradou também ao músico. "A 9 Círculos talvez seja a música que mais faz jus ao momento criativo que vivo agora, às ideias que ando tendo e à minha visão sobre o que é música", disse.

Emicida esteve no line-up de diversos grandes festivais, como o SWU, tem seu trabalho amplamente divulgado, seus vídeos na internet tem uma infinidade de views, mas ele não acredita que pode dizer que sua carreira está "consolidada", pelo contrário. Com inspirações como Cesar Camargo Mariano, Cartola, Tom Jobim, Adoniran Barbosa, Geraldo Filme, Elis Regina, Wilson Simonal, Jair Rodrigues, Belchior, Fagner, Oswaldinho da Cuíca e Tom Zé, ele espera que a participação lhe ajude até a levar seu trabalho para fora do País, mas com calma. "Expandir para fora do Brasil é um trabalho complexo, mas estamos fazendo isso aos poucos, precisamos chegar de forma natural como foi aqui. Quero fazer música pro mundo, sei que o som que existe dentro de mim precisa de mais maturidade para dialogar com o mundo, estou buscando esta maturidade", afirmou.

Emicida foi confirmado na programação do Montreux Jazz Festival, na Suíça. O MC paulistano é convidado do grupo Cidade Negra, repetindo a parceria que levantou o público do Rock in Rio no ano passado. O show acontece no dia 6 de julho, às 20h (horário local), no Auditorium Stravinski. A turnê europeia de Emicida começa em junho, por Londres. No dia 29 ele se apresenta no festival Back2Black, no mesmo palco em que nomes como Marcelo D2 e Macy Gray.

Confira a letra:

"Parece crack, mas é só a insegurança,

Fui nessa, com a peça, o bico gansa,

Estressa, é claro, cansa,

Whiskey, neon, pouca luz, ela dança,

Tô eu e meus demônios como sempre,

O cigarro, uma da quente, sem fé,

Tudo que fala- mente,

Fundo do poço, é osso, e o dono da dor sente,

Amor, busquei, tipo Samba Dolente,

A luz camba, a perna bamba,

Dependente, uma cruz no plexo, reflexo deprimente,

Por entre os dedos a vida ía,

Tipo água da pia, fria, Ave Maria,

Mano, um ser humano, em estado desumano, zuado mano,

Qual orixá me passa um pano? 2012, é o mundo se acabando, e foda-se,

...

Avisem que o céu está ruindo,

O que é pior, chegar no fundo ou continuar caindo?

Quantos infernos cruzei? Passei, sem anjo pra cantar,

Quanto mar atravessei? Segui, sem luz pra guiar,

...

Ouvindo só click-clack-click-clack--boom!

...

policia aqui, mata mais que tuskegee

assassinos free, povo calmo como kenny g

GUETO TIPO ND

bico treme se ver que ainda somos public enemy

é 1, 2 pra EXPLODIR

pick do re mi e boooom

acabou, sem zoom de câmera

da câmara, dor é o que chega pra nóiz

quebrada, é bomba de efeito moral

de quem num tem moral pra falar nada

coturnos escuros, soturnos futuros

me enturmo nos muros me enfurno e juro

que vou cobrar com juros

sou jogo duro, sem furo, puro, apuro num aturo

seguro EU me curo, contra os ideal obscuro,

do governo, cartel ou clã

meu papel é ensinar o povo a dizer hã-hã

sem abrir pernas como que dança can-can

a nóiz cabe

odiar inimigos do povo viu kassab

queimam favelas, CONTROLAM A MIDIA E distorcem a informação

seus mandatos têm dias contados

nossa luta não"

Lucas
Lucas #LucasCarmo
, Salvador
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